Pesquisadora da Fiocruz marca colaboração com a Universidade de Valença

Pesquisadora Raquel Pacheco ( internet)

 

Pesquisadora Raquel Pacheco ( internet)
Pesquisadora Raquel Pacheco ( internet)

Amazonas – Para dar início a uma colaboração mais efetiva entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o Instituto Nacional de Infectologia (INI) da Fiocruz e a Universidade de Valença, na Espanha, a pesquisadora Raquel Pacheco mostrou, em palestra no Inpa, os resultados de vários projetos multidisciplinares, que estão sendo desenvolvidos no Laboratório de Vigilância em Leishmaniose do INI.

A parceria entre as instituições prevê a possibilidade de um intercâmbio de alunos do tipo sanduíche para estudar a Leishmaniose como uma nova linha de pesquisa

Durante a palestra sobre poliformismo genético em parasitas do gênero Leishmania, a pesquisadora da Fiocruz do Rio de Janeiro Raquel Pacheco, que veio a Manaus pela primeira vez, enfatizou que os trabalhos apresentados são baseados, basicamente, na diversidade genética observada em casos humanos de Leishmaniose cutânea e mucosa.

“São diferentes marcadores moleculares que utilizam a metodologia do LSSP-PCR, que é capaz de, ao mesmo tempo, detectar DNA parasitário e fazer a tipagem do parasita”, disse Pacheco. “Esta é uma das vantagens desse marcador que já vem sendo desenvolvido e estudado há bastante tempo”, acrescentou.

De acordo com a pesquisadora, as pesquisas realizadas têm estudado pacientes com recedivo (recaída) da doença e observado subpopulações parasitárias diferentes que estão circulando no próprio organismo humano e que possivelmente poderiam ser responsáveis por casos de reativação da lesão cutânea.

Com o título “Assinatura Minicircular de kDNA: um marcador molecular para avaliar o polimorfismo genético e o impacto da imunossupressão sobre a estrutura genética da Leishmania (Viannia) braziliensis em pacientes com Leishmaniose cutânea e mucosa”, a pesquisadora explicou que o termo “assinatura minicircular do kDNA”, assim como também poderia ser “impressão digital”, é porque o marcador molecular utilizado é polimórfico e dá o perfil do parasita, como se fosse a impressão digital ou a assintura do mesmo.

Segundo Pacheco, no Brasil, são registrados, atualmente, aproximadamente 35 mil casos por ano de Leishmaniose tegumentar (caracterizada por feridas na pele) e, nos últimos 20 anos, a doença vem e expandindo com incidência maior no Norte e Nordeste. Segundo a pesquisadora, no Rio de Janeiro, circulam a Leishmaniose do tipobrasiliensis e, mais recentemente, foi registrado um caso autóctone de Leishmaniose amazonensis, sendo que o Estado está em alerta para esta doença.

Parceria

Na opinião da pesquisadora Antonia Franco, responsável pelo Laboratório de Leishmaniose e Chagas no Inpa, o convênio entre o Instituto e a Universidade de Valença vem fortalecer as pesquisas desenvolvidas com a Leishmaniose no Brasil e na Europa. “Será uma possibilidade de trocar informações com os professores e os estudantes, num intercâmbio, para desenvolver partes dos projetos que estão sendo desenvolvidos no nosso laboratório”.

A parceria entre as instituições prevê a possibilidade de um intercâmbio de alunos do tipo sanduíche. “Vejo esta parceira como uma forma enriquecedora e de aproximação entre dois países onde também na Europa existem áreas endêmicas de Leishmaniose. Lá, a doença, assim como no Brasil, também está crescendo”, disse Pacheco.

Para a pesquisadora, o convênio será importante para as instituições envolvidas. Segundo ela, a proposta é fazer, em Valença, um estudo da genética populacional de vetor na doença de Chagas.

Há mais de dez anos, a pesquisadora desenvolve um projeto nessa área e, agora, com a colaboração entre o Inpa, Fiocruz e a universidade na Espanha, surge a possibilidade de estudar a Leishmaniose como uma nova linha de pesquisa e trabalhar com o flebótono (inseto do mesmo grupo das moscas).

Pesquisadora Raquel Pacheco ( internet)
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Amazonianarede-Ascon/Inpa

 

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