Estados unidos – O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, se declarou inocente diante da justiça americana nesta terça-feira, e aceitou pagar fiança de 15 milhões de dólares para poder aguardar o julgamento em prisão domiciliar, no apartamento que possui em Nova York, segundo fontes judiciais.
O dirigente de 83 anos, que compareceu numa corte federal de Brooklyn, foi preso no dia 27 de maio, em Zurique, junto com outros sete altos dirigentes da Fifa.
Ele é acusado de ter recebido propina de empresas de marketing pela venda de direitos de comerciais para as Copas América de 2015, 2016, 2019 e 2023, e para a Copa do Brasil de 2013 a 2022.
O juiz Raymond Dearie marcou uma nova audiência para o dia 16 de dezembro. O apartamento que o dirigente possui na Trump Tower, na quinta avenida de Nova York, faz parte da garantia para o pagamento da fiança.
A justiça americana pediu a extradição de Marin e dos demais detidos por suspeita de aceitar subornos de mais de 100 milhões de dólares.
O pedido formal de extradição apresentado em 1º de julho de 2015 pelos Estados Unidos para a Suíça é baseado em um mandado de prisão de 20 maio de 2015 emitido pela procuradoria de Nova York.
Inicialmente, o cartola tinha rejeitado a extradição, mas acabou voltando atrás na semana que vem.
Acredita-se que essa mudança de atitude foi um pedido do próprio Marin para poder reduzir seu tempo de prisão em Zurique.
Exemplo de Webb
Além de Marin, apenas Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf e ex-vice-presidente da Fifa, aceitou a extradição aos Estados Unidos e foi entregue às autoridades americanas em 15 de julho.
Para responder em liberdade, mas sob supervisão do FBI, Webb fez um acordo com a justiça americana de 10 milhões de dólares. Para pagar o valor acordado, o dirigente das Ilhas Cayman precisou entregar carros, relógios, propriedades da família e até joias da esposa.
Marin também espera cumprir prisão domiciliar, no apartamento que possui em Nova York.
José Maria Marin chegou à presidência da CBF em março de 2012, no lugar de Ricardo Teixeira, investigado pela Fifa por suspeitas de corrupção.
Seu sucessor, Marco Polo Del Nero, não deixa o Brasil desde maio, quando estava na Suíça junto com Marin quando o dirigente foi detido.
Del Nero deveria, como Marin, ter participado do Congresso que reelegeu o suíço Joseph Blatter para um quinto mandato, mas acabou voltando para o Brasil às pressas, na véspera da eleição.
Os outros cartolas detidos também foram extraditados, após a Suíça dar seu aval ao pedido da justiça americana.
São eles o uruguaio Eugenio Figueredo, ex vice-presidente da Conmebol, Rafael Esquivel, ex-presidente da Federação Venezuelana, Eduardo Li, ex-presidente da Federação de Costa Riva, e o britânico Costas Takkas, dirigente da Concacaf.
Amazonianarede-AFP