
Após ações contra o crime organizado no sistema prisional amazonense e nas ruas da capital, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-AM) recebeu da Polícia Federal (PF) um “kit especial” e reforçou a estrutura de segurança. Apesar de não detalhar os novos equipamentos que acompanham o kit, o titular da pasta revelou que “vive sob ameaças constantes”. O ex-superintendente da PF Mauro Spósito passa a integrar a equipe da secretaria.
No início de 2015, o delegado federal Sérgio Fontes assumiu o comando da Segurança Pública amazonense. Desde então a secretaria tem intensificado operações em Manaus. No último dia 29, em uma ação inédita, a SSP-AM realizou operação de revista com apoio do Exército, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado na Zona Rural de Manaus.
No local, foram encontrados celulares, armas brancas, objetos para uso de entorpecentes, videogames e um túnel. Celas de ‘luxo’ também foram descobertas. Havia suspeita que as celas de luxo fossem usadas por líderes de uma facção criminosa.
Depois da ação contra o crime organizado na semana passada, o secretário da SSP-AM, Sérgio Fontes, recebeu da PF carro blindado e armamento especial.
“Realmente recebi por acautelamento um carro blindado e armamento especial. Não recusei e agradeço aos colegas federais. Tão logo possa iremos devolver porque é um empréstimo. O armamento é sigiloso porque se eu disser qual é perderemos a vantagem da surpresa. É um armamento especial que a Polícia Federal tem e a SSP ainda não tínha”, afirmou Fontes.
A SSP também passou a contar com o reforço de um delegado federal, que é especialista em ações contra o crime organizado na região. Mauro Spósito foi superintendente da PF no Amazonas, durante nove anos, na década de 1990.
“O delegado Mauro Spósito veio trabalhar comigo porque se aposentou no final de maio e era uma programação antiga. Ele é o delegado mais experiente e preparado para atuar na Região Norte. Foi um reforço muito bom no combate ao crime organizado porque ele conhece muito e, principalmente, o crime na fronteira”, comentou o secretário.
Em relação às possíveis retaliações do crime organizado, Sérgio Fontes declarou que o Estado não pode temer. “Eu sempre recebi ameaças a vida inteira. Não creio que agora seja diferente. Enfrentar a criminalidade representa um risco. Ameaça sempre tem e convivo com elas há 20 anos, mas as ameaças nunca nos intimidaram e não será agora que elas vão intimidar.
De fato, estamos atuando contra o crime organizado e aumentando o número de apreensões. O Estado está do meu lado e eu represento ele. Se o Estado temer, não teríamos que estar na Secretaria de Segurança”, enfatizou o secretário.
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