Parintins, AM – O primeiro ato das três noites do Boi-Bumbá Garantido neste 52º Festival Folclórico de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus), dentro do tema “Magia e Fascínio no Coração da Amazônia”, foi marcado pelo subtema “Amazônia Mágica e Fascinante”. O boi abriu oficialmente o festival por volta das 21h30 e saiu da arena faltando poucos segundos para o prazo final de duas horas e meia.
É nesse universo de conhecimento, magia e fascínio que a Amazônia pulsa na alegria do verde da grande flloresta que o boi fundado pelo saudoso pescador Lindolfo Monteverde agitou a primeira noite do festival.
Logo no início da apresentação, o levantador de toadas Sebastião Júnior teve seu momento de brilho ao defender a toada ‘Minha Natureza’ – a escolhida para concorrer a toada letra e música. Ele apresentou a canção com versatilidade, tocando piano e mostrando seus talentos de instrumentista.
A lenda amazônica “Nosoken, a Floresta Encantada” retratou o mito do Nosoken, floresta encantada e paraíso mágico dacriação do mundo Sateré-Mawé, etnia indígena do tronco Tupi, que habita os rios Andirá e Marau, no Amazonas. Nela, foi contado o surgimento do guaraná.
A alegoria ganhou vida pelas mãos do artista Júnior Feijó e dela surgiu a cunhã-poranga Rayssa Bandeira, estreante no Garantido. Ela surgiu de uma cobra, evoluindo no alto e conquistado a galera vermelha e branca ao som da toada Cunhã-Poranga de Alma Vermelha.
Ainda durante a Celebração Folclórica, o pajé André Nascimento surgiu com os pés no chão, e fez parte da enceneção da lenda.
Em seguida, foi a vez da veterana Isabelle Nogueira, a Rainha do Folclore, de evoluir ao som da sua própria toada. Ela saiu de uma alegoria e fez a galera encarnada ir ao delírio. Logo após sua evolução, no entanto, ela deixou a arena e ficou fora por três músicas, aparentemente com algum problema na indumentária.
A Figura Típica “Quilombolas da Amazônia”, do artista Juciê Santos, abordou a força ancestral negra na formação cultural da Amazônia. A alegoria trouxe a Porta-Estandarte do Touro Branco, Daniela Tapajós.
Na apresentação das tribos, o Garantido usou um drone que fez um fantasma “flutuar” no Bumbódromo.
Um dos momentos de emoção foi a entrada da alegoria da Celebração Folclórica “O Auto do Boi na Amazônia”, concebida pelo famoso Mestre Jair Mendes, artista responsável por introduzir os movimentos robóticos nas alegorias e boi de pano pelo próprio Boi Garantido. No ato, o pajé, André Nascimento, reviveu o Garantido, que foi carregado a metros de altura e emocionou na arena. Confira em sequência de fotos de Euzivaldo Queiroz.
O momento marcou a entrada da Sinhazinha da Fazenda do Garantido, Djidja Cardoso, que também participou do Auto do Boi. Ela defende o item no Garantido pelo segundo ano.
O “Ritual de Escarificação do Pajé”, do artista Marialvo Brandão, encerrou a primeira noite do Boi do Povão. Nele, foi mostrada a cerimônia que os indios Ingaricó, habitantes dos campos lavrados de Roraima, nas proximidades do extinto Lago Parime, realizam para iniciação do pajé, um ritual de passagem.
A galera vermelha e branca deu um show nas arquibancadas do povão. Uma bandeira enorme estendida na arquibancada fechou a apresentação do Garantido com a saída da batucada encarnada, correndo para não estourar o prazo máximo de duas horas e meia.
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