O Rio de Janeiro é a única cidade brasileira a receber, neste ano, a exposição World Press Photocom as mais impressionantes e variadas imagens do fotojornalismo em todo o mundo. A mostra será aberta ao público nesta terça-feira (10), na Caixa Cultural, no centro do Rio, e vai até 12 de julho, em temporada que coincide com a Copa do Mundo no Brasil. São 143 trabalhos, divididos em nove categorias, que trazem uma síntese do melhor que o fotojornalismo produziu ao longo de 2013.
As fotos premiadas pelo júri internacional do evento refletem as facetas da intolerância humana, como a guerra civil na Síria, o drama das migrações africanas e também a beleza natural do planeta ameaçada pela devastação. O prêmio principal do concurso, o mais importante do jornalismo visual, foi para a foto Signal, do norte-americano John Stanmeyer para a revistaNational Geographic.
Tirada na costa do Djibouti, país do Nordeste da África, a imagem mostra migrantes do continente, em busca de uma vida melhor na Europa ou no Oriente Médio, tentando captar a rede de celular da vizinha Somália. Djibouti é uma parada comum para migrantes em trânsito, procedentes de países como a própria Somália, Etiópia e Eritreia.
Primeira colocada na categoria Notícias em Geral, a foto do italiano Alessandro Penso, da agência OnOff Picture, retrata os abrigos improvisados de refugiados do conflito sírio na quadra esportiva de uma escola abandonada em Sófia, na Bulgária. Na categoria Vida Cotidiana, o primeiro lugar ficou com uma série de fotos de Fred Ramos, de El Salvador.
Já na categoria Natureza, o primeiro colocado foi o norte-americano Steve Winter, da National Geographic, com uma série sobre os pumas, animais que já estiveram em declínio, mas ressurgiram nos últimos 40 anos no Oeste dos Estados Unidos.
Ao todo, foram avaliados para esta edição da World Press Photo 98.671 trabalhos de 5.574 fotógrafos de 132 países. A mostra de 2014 contempla 53 fotógrafos de 25 nacionalidades, mas desta vez o fotojornalismo brasileiro ficou de fora da seleção.
No ano passado, o Brasil esteve presente em dois momentos da exposição. O fotógrafo carioca Felipe Dana, da agência Associated Press, recebeu menção honrosa e o belga Frederick Buyckx também foi agraciado com uma série de fotos que retratava o cotidiano das favelas do Rio. Em 2011, o brasileiro Alexandre Vieira, do jornal carioca O Dia, recebeu menção honrosa com a série de imagens que registrava um tiroteio na Avenida Brasil.
O júri internacional do concurso em 2014 contou com a participação de um brasileiro, Luciano Candisani. “Nós, do júri, seguimos o critério de identificar as imagens que, a um só tempo, chamam a atenção pelo conteúdo e pela estética, e encantam tanto quanto informam”, diz Candisani, que trabalha para a National Geographic.
Os organizadores da mostra apostam em atrair para a edição deste ano não só o público carioca, mas também os turistas que estão na cidade por causa da Copa do Mundo. “Esperamos que eles aproveitem a oportunidade para visitar museus e centros culturais. A nossa expectativa é que a visitação este ano seja ainda maior no que nas edições anteriores”, estima Rafael Ferraz, da produtora Capadócia, responsável pela realização da mostra, que tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
A World Press Photo 2014 poderá ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 21h, com entrada grátis. A Caixa Cultural fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro do Rio.
Fonte: Agência Brasil