
Quatro vereadores tiveram mandados cassados no mês passado pela Câmara Municipal da cidade. Juiz tinha prazo de 20 dias para decisão.
Coari, AM – Os quatro vereadores de Coari que denunciaram o esquema do bolão do “mensalinho” no Ministério Público tiveram os mandatos cassados pela Câmara Municipal da cidade, localizada a 363 km de Manaus. Eles esperam há mais de 25 dias uma resposta da justiça, que tinha prazo de 20 dias para julgar a situação do cargo.
Samuel Castro (PSL), Adeva Cordovil (PTB), Ademoque Filho (PSDC) e Ewerton Medeiros (DEM) foram cassados pela quarta vez no mês passado porque estariam convencendo moradores da cidade a fazerem falsas acusações ao prefeito Adail Filho, do PP.
Os quatro entraram com um recurso sob pedido de urgência no Fórum de Coari. Por lei, o magistrado deveria decidir num prazo de até 20, mas ainda não há resposta.
Representação na Corregedoria
Por conta da demora, a defesa dos quatro vereadores fez uma representação na corregedoria do tribunal de justiça contra o juiz Fábio Lopes Alfaia, responsável pelo caso.
O Ministério Público entrou com mais de dez ações judiciais pedindo o afastamento do juiz dos processos envolvendo a gestão do prefeito de Coari, Adail filho, do PP. Os promotores alegam que o magistrado é parcial e sempre favorável ao político.
Em resposta, a Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas informou que recebeu expedientes do Ministério Público acerca do magistrado, e que estes seguiram o trâmite regular. Até o momento as reclamações foram devidamente apuradas e não tornaram-se objeto de processo administrativo.
O Tribunal de Justiça, em nota encaminhada à Rede Amazônica, afirma que o processo deve ser apreciado ainda nesta semana e que ele está com a “tramitação adequada”.
“Mensalinho” em Coari
Todos os 15 vereadores da Câmara Municipal de Coari são suspeitos de participar de um esquema de corrupção e alvos de investigação do Ministério Público do Amazonas (MPAM).
A investigação foi aberta após o “mensalinho” ser denunciado em um vídeo feito em 2017 e entregue ao órgão. No vídeo, os vereadores sorteiam o nome que será “premiado” com uma quantia em dinheiro (veja acima).
De acordo com a denúncia, o sistema de entregar o dinheiro a um vereador aleatoriamente era uma forma do prefeito do município, Adail Filho (PP), “controlar” a casa – uma mesada de R$ 10 mil que os parlamentares recebiam da Prefeitura de Coari.
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