São Paulo – Manaus – Com a redução do ICMS para automóveis, a venda de carros aumentou no mês de outubro e de motocicletas, estagnou e até diminuíu no período, causando reflexos negativos no Polo de Duas Rodas do PIM.
De acordo com informações da Fenabrave, as vendas cresceram 24,6%, puxadas pelo estímulo do ICMS reduzido, fato que não corre com as motocicletas, o que pode ser uma das explicações para a queda de vendas no setor.
Com a comercialização de 2.235 unidades, contra 1.768 em setembro, os dados da Fenabrave mostram bem esse desempenho.
NA CONTRAMÃO
Enquanto as concessionárias festejam o aumento nas vendas de carros novos, com a redução do IPI, os lojistas que trabalham com carros usados, os chamados seminovos, estão com as mãos nas cabeças e não sabem o que fazer para manter os empregados e saldar os compromissos.
Segundo esses lojistas, com as vantagens oferecidas pelo Governo, reduzindo o IPI para carros novos, claro que todos os interessados em adquirir um carro, talvez com um pouco mais de sacrifício, partam para um veículo zero, considerando que no momento a diferença de preços não é tão grande e ainda existem vantagens nos financiamentos.
MOTOCICLETAS
Ainda segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, mostra que as vendas a varejo no mês de outubro atingiram 134.727 unidades, com uma elevação de 16,9%, mas considerando que o mês de teve três dias uteis a mais, na média diária de vendas esse percentual cai para 0,94%.
Os mesmos dados informam que no acumulado de janeiro a outubro, em relação a igual período no ano passado, houve uma retração no setor de 12,8%, com 1.377.618 emplacadas contra 1.580.432 em 2011.
Para a Fenabrave, o fato positivo dessa história é que o setor já começa a se recuperar lentamente, mas avança e para isso a instituição torce para que as instituições financeiras melhorem as suas linhas de financiamento, tornando-o mais atrativo e com isso reaqueça o setor.
EXPLICAÇÕES
A reportagem conversou com alguns economistas sobre as ocorrências nos dois setores e as explicações não foram muito difíceis.
Para a maioria dos entrevistados, o fato se reflete não apenas na redução do IPI para os carros, mas também nas facilidades que hoje as pessoas têm para financiar um quatro rodas, o mesmo não ocorrendo com as motos.
Para financiar carro, as financeiras e os bancos oferecem uma série de facilidades, que vão de juros mais baixos a prazos bem longos, até 60 meses.
Outro ponto ponderado pelos economistas, é que quem compra um carro zero é muito mais bem visto pelos bancos do que quem procurar comprar uma moto.
Dizem que quem compra um carro, parece financeiramente mais estabilizado e o financiamento é bem mais seguro, já as motos, as dificuldades são maiores em função dos salários dos interessados e as prestações não passam de 30 meses e isso prejudica o mercado e força a queda nas vendas.
Mais um fator apontado, é que com a redução do IPI para carros e prazo de pagamento de até 60 meses, as prestações não ficam tão pesadas e muitos que tinham ideia de adquirir uma moto, resolveram melhorar o seu estimulo de vida e partir para a compra de um carro zero, considerando que o valor baixo das prestações pelo alongamento das parcelas, dá para pagar com certa tranquilidade e com isso o mercado das motos também perde terreno, explicam os economistas.