Com mesmas deficiências, Vasco frustra Manaus em noite de gols perdidos e alguns sustos
Ainda com aperto para criar enquanto Palácios se recondiciona, time atira laterais ao ataque e acha na bola aérea solução para agredir o Guarani. Primeira vitória como visitante fica no quase
O jogo em Manaus que tinha toda pinta de virar festa, com chance de assumir a vice-liderança da Série B do Brasileirão, terminou em frustração para os pouco mais de 33 mil torcedores que encheram a Arena da Amazônia nesta quinta-feira. Em campo, o Vasco apresentou as mesmas deficiências, algumas evoluções e também sofreu sustos.
Muito disso se explica pelos desfalques. Sem Yuri Lara e Nenê, suspensos, o técnico Zé Ricardo escalou um meio de campo de mais movimentação, com Andrey, Juninho e Bruno Nazário; mas, ao mesmo tempo, de menos proteção à defesa. O Vasco trocou chumbo com o Guarani numa partida em que só o que fez falta mesmo foi o gol.
Enquanto aguarda a conclusão do arrastado processo de recondicionamento de Palacios, que mais uma vez deu outra cara para o o time quando entrou no segundo tempo, o Vasco segue com dificuldades para criar. Ao menos nesta quinta encontrou a solução na bola aérea e nas aparições ofensivas da dupla de laterais. Mas a eficiência que sobrou para o goleiro Thiago Rodrigues nos lances de perigo do Bugre faltou nas finalizações de Raniel, Gabriel Dias, Erick…
A primeira vitória como visitante (embora o apoio nas arquibancadas dissesse o contrário) na competição ficou no quase. Se não assumiu a segunda colocação, o Vasco, por outro lado, fincou os pés no G-4 e não corre o risco de terminar a rodada fora do grupo de acesso: a equipe foi aos 14 pontos e ocupa no momento o terceiro lugar.
Alarme falso
O Vasco teve um início animador na Arena da Amazônia e, nos primeiros minutos, conseguiu pressionar o Guarani de uma maneira que não vinha acontecendo nos últimos jogos, pressionando a saída de bola e dando sequência à maior parte dos lances. Não chegou a criar nenhuma grande chance nesse tempo, mas deu esperança aos torcedores.
Alarme falso. Logo aos 16, o Bugre assustou em chute de Júlio César de fora da área e colocou o Vasco no lugar onde está acostumado: o de quem precisa tomar a iniciativa, mas não sabe muito bem o caminho. Juninho, que vinha de boas atuações entrando no segundo tempo, não jogou bem como titular. Pelo contrário, foi até displicente em alguns lances que culminaram em arremate do adversário.
Somado ao pouco brilho de Bruno Nazário e o desempenho apagado de Andrey Santos, que não teve mais atuações de alto nível depois da vitória sobre a Ponte Preta, o Vasco voltou a apresentar dificuldade na criação. Já o Bugre quase marcou com Giovanni Augusto, que acertou a trave aos 39 minutos – no rebote, Ernando obrigou Thiago Rodrigues a fazer ótima defesa.
Chumbo trocado
Machucado, Juninho deu lugar a Matheus Barbosa no intervalo, o que de imediato já serviu para dar mais proteção à defesa. Mas também contribuiu para a criação. Aos três minutos, Matheus meteu boa bola na direita para Gabriel Dias, que entregou para Figueiredo soltar uma bomba. Kozlinski parece ter espalmado meio que no susto.
Essa foi uma das poucas jogadas trabalhadas de pé em pé pelo Vasco na partida. Outras duas merecem destaque: uma subida de Edimar aos 20 do primeiro tempo, que invadiu a área, mas ninguém completou o cruzamento; e um lance de Palacios aos 18 do segundo em que ele limpou dois marcadores, mas chutou torto de fora da área. No mais, a saída foi a bola aérea.
A entrada do meia-atacante chileno, como de costume, deu outra dinâmica para o time de Zé Ricardo, que também lançou Isaque, Erick e Getúlio na segunda etapa. Nesse momento, Gabriel Dias e Edimar, que já estavam aparecendo ofensivamente mais do que em qualquer outro jogo da temporada, se atiraram ao ataque. Principalmente o lateral-direito, que teve ao menos três chances de marcar, mas não caprichou. Gabriel foi o jogador do Vasco com mais finalizações (quatro) no confronto.
aniel e Erick, ambos na entrada da pequena área, também desperdiçaram a oportunidade de abrir o placar de cabeça. Diferente de outras partidas, ainda que mais no abafa do que na organização, o Vasco teve chances, portanto. Faltou a pontaria.
Do outro lado, o Guarani se aproveitou dos espaços deixados na defesa vascaína e contra-atacou sempre que pôde. Na melhor oportunidade, já nos acréscimos, Ronald foi lançado sozinho, mas perdeu muito tempo e rolou para a finalização fraca de Careca.