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Manaus – Filha de atletas, a ginasta amazonense Bianca Maia Mendonça é representante do Estado na seleção brasileira de ginástica rítmica.
Treinada pela mãe desde os 5 anos, ela cresceu, se aperfeiçoou e tornou-se inspiração para muitas outras atletas da região Norte. Como parte de seus compromissos, ela mescla os estudos, com os treinos intensos em Aracaju, no interior de Sergipe. A dedicação tem uma meta: as Olimpíadas de 2016.
A mãe de Bianca também era ginasta. Após a carreira, ela continuou na área ao profissionalizar-se como técnica. Outra integrante da família, a irmã mais velha, também seguia os passos da mãe. Isso fazia com que a pequena Bianca, antes dos 5 anos, sempre perguntasse à mãe o porquê de não poder ser também uma ginasta. “Quando completei cinco anos. Ela me levou para o ginásio. E até hoje estou no esporte”, disse.
Após a iniciação, o primeiro contato com o esporte de forma competitiva aconteceu em um festival. De acordo com Bianca, era apresentada uma série de mãos livres sobre um tapete em um corredor. “Fiquei em primeiro lugar, empatada com outra menina. Tenho a medalha guardada até hoje”, assinalou.
Primeira competição
Com 10 anos, Bianca participou do primeiro campeonato, ainda na capital amazonense. Um ano depois, aos 11, viveu o primeiro torneio nacional, na cidade de Maceió, em 2004. Esse foi o marco para a carreira da atleta, que começou cada vez mais viajar para torneiros nacionais e intensificar os treinamentos.
Desde 2011, a Bianca vive em Aracaju. Ela tem a rotina de 8h de treino por dia, e ainda consegue ir à faculdade após o dia cansativo. A esportista quer ser como a mãe, técnica de ginástica. Ela cursa educação física e afirma não perder tempo. “Aproveito as folgas para estudar. Sei que moramos lá para treinar, mas também tenho que pensar no que vou fazer depois que minha carreira nos ginásios acabar”, explicou.
As próximas Olimpíadas serão realizadas em 2016, no Rio de Janeiro. Isso é mais do que incentivo para a atleta treinar duro. De acordo com Bianca, 2012 foi um ano tranquilo para a categoria. Novas atletas entraram para a equipe, pela necessidade de fazer a transição e homogenização do grupo. Nas palavras da atleta, “2013 é o ano chave para o esporte”. Para Bianca, as pessoas voltarão a falar de Olimpíadas no Brasil.
“Vamos treinar já com foco nos mundiais, copas do mundo e sul-americano, até chegar em 2016. Este ano vamos fazer a preparação das novatas e continuar o treinamento das antigas. O foco é ganhar experiência”, revelou.
Cuidado com o corpo
O corpo de uma atleta de ginástica rítmica é diferente de uma ginasta artística. Enquanto as ginastas artísticas precisam ser mais fortes e com tendência a baixa estatura, as atletas da ginástica rítmica buscam corpos cada vez mais leves. “Nos privamos de quase tudo que as pessoas comuns gostam. Não bebemos refrigerante e evitamos salgados e frituras. Mas aos domingos, somos liberadas para ‘matar a vontade’. Não podemos nos ‘empanturrar’. Por exemplo, se temos uma barra de chocolate, não podemos comê-la toda. Apenas, um pequeno pedaço da barra”, contou.
Dentro da seleção, cada atleta trabalha com uma meta de peso. Segundo Bianca, durante o ano ou fora de competições é permitido que as atletas fiquem até 3kg acima do peso ideal. Já no período de competições, elas trabalham para perder o peso e atingir as metas.
Mãe pega pesado
Quando está de férias, Bianca aproveita para visitar Manaus. Mesmo assim, o treino não fica de lado. Em terras barés, quem toma conta da ginasta é a própria mãe. Segundo Bianca, a condição de filha não altera em nada.
“Ela pega pesado. Sabe quando faço corpo mole ou coisa do tipo”, disse. Os treinamentos fora de Aracaju cercam conceitos de flexibilidade e alongamentos.
Para perder o peso adquirido nas férias, ela recorre a dietas indicadas por nutricionistas. Malhação sem cargas pesadas, apenas para ganhar resistência muscular. Bianca também faz drenagens linfáticas todos os dias.
