BRASÍLIA – O presidente Michel Temer se reuniu nesta terça-feira com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, por cerca de dez minutos no Palácio do Planalto. O presidente teria cobrado explicações sobre as declarações do ministro no último domingo antevendo a operação que resultaria na prisão do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, batizada pela força-tarefa da Lava-Jato de “Omertà”.
Nesta manhã, o presidente pediu a Moraes mais cuidado e deixou claro que sua fala não o agradou. Segundo um auxiliar presidencial, Temer cobrou que as posições de ministros sejam de governo e não pessoais. Segundo auxiliares do presidente, Temer ficou satisfeito e considerou o episódio superado.
A atitude de Moraes levou a uma reunião, ontem, no Planalto para avaliar os desdobramentos do episódio, depois que o Ministério da Justiça divulgou o vídeo no qual ele faz as afirmações sobre a Lava-Jato. A conclusão foi que Moraes deu “mais um tiro no pé” e que a resolução foi um “fracasso”, já que, segundo auxiliares presidenciais, o vídeo desmente que as declarações tenham sido dadas em outro contexto, como defendera Moraes. Nesta reunião, foi avaliado que Moraes ganharia uma “segunda chance”, mas que está “na marca do pênalti”. A fala do ministro foi considerada “desastrosa”, “infantil” e “desnecessária” para o governo.
ATOS FALHOS
Num ato político em Ribeirão Preto, cidade de Palocci, Moraes disse a militantes do Movimento Brasil Livre (MBL) que haveria uma operação da Polícia Federal esta semana. Disse ainda que, depois da operação, os militantes iriam se lembrar dele. As declarações irritaram Temer.
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