Suframa completa 48 anos com muitos desafios pela frente

Atual sede da Suframa, no coração do PIM
Atual sede da Suframa, no coração do PIM

Manaus – Criada em 28 de fevereiro de 67 quanto o Brasil vivia sob o regime militar e o presidente era o saudoso cearense Humberto de Alencar Castelo Branco, a Zona Franca de Manaus, com o seu projeto inicial muito mutilado, comemora hoje 48 anos , ajudando muito a sócio-ecnomia da Amazônia Ocidental e particularmente do Amazonas, som u seu pujante polo industrial instalado em Manaus.

O desse projeto que matelizou o mais bem sucedido modelo de desenvolvimento na Amazônia, fortalecendo a sua economia e colaborando muito com a natureza, evitando uma grande parcelo no processo de desmatamento da região, enfrentou em enfrnta vários desafios e oposição de estados, especialmente das regiões Sul e Sudeste, sempre capitaneados pelo Estado de São Paulo, que até hoje não se conforma com o sucesso do projeto, que repitamos, já sofreu ao longo do tempo muitas mutilações.

O Decreto-lei criação, o famoso 288, de 28 de fevereiro/67,  que criou o modelo que logo começou a engordar a economia do Estado, com a chegada de uma avalanches de lojas, comercializando produtos importados, que tinham quota para sair de Manaus e depois foram chegando as indústrias.

O projeto foi idealizado em 1957, pelo então e saudoso deputado federal Francisco Perira da Silva, que só vingou em 67. O seu primeiro superintendente foi o coronel Floriano Pacheco e a sede inicial funcionava  em um prédio na Av. Eduardo Ribeiro, quase em frente ao Ideal Clube. O seu primeiro superintendente amazonense foi o saudoso Ruy Alberto Costa Lins.

Homenagens

Na Aleam a homenagem foi concorrida
Na Aleam a homenagem foi concorrida

Uma sessão especial em homenagem aos 48 anos da Zona Franca de Manaus (ZFM) ocorreu na manhã desta quinta-feira (26), na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), na capital amazonense. Os avanços e fragilidades do Polo Industrial de Manaus (PIM) foram abordados no evento. Parlamentares, servidores públicos e representantes de entidades do setor industrial acompanharam a solenidade.

Durante a Semana a ZFM recebeu várias homenagens, como a que ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado, onde recebeu aplausos e crítica dos parlamentares, mas, no balanço geral, as coisas saíram de forma positiva.

Reflexões

“Homenageamos os 48 anos da Zona Franca ao mesmo tempo em que chamamos a sociedade para uma reflexão, autocrítica e identificação dos gargalos que a Zona Franca enfrenta. Para que possamos avançar e superar essas dificuldades, que começam na demora da reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS)”, afirmou o deputado Serafim Corrêa (PSB).

A infraestrutura do PIM, que integra a Zona Franca de Manaus, foi alvo de críticas do deputado Sabá Reis (PR). Durante pronunciamento, o parlamentar cobrou melhorias, principalmente, no recapeamento das vias do Distrito Industrial da capital.

“Costuma-se dizer que a área não é obrigação da prefeitura porque é uma área federal, porém, independente de que seja uma área federal, a prefeitura irá fazer um mutirão para recuperação das ruas. Esse trabalho não pode ser feito apenas no dia do aniversário da Zona Franca.

Polo de duas rodas
Polo de duas rodas

A Suframa tem um quadro de funcionários reduzidos e um descontentamento pelos baixos salários”, destacou Reis, que também criticou o atraso na realização das seis reuniões anuais do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus.

Arrecadação

O deputado Orlando Cidade (PTN) enfatizou que o modelo ZFM representa para a Região Norte do Brasil a maior arrecadação de tributos federais. “O polo industrial tem muita importância para nossa região. Precisamos nos próximos 50 anos da prorrogação da Zona Franca de Manaus ampliar os benefícios para o interior do estado, pois atualmente 95% da arrecadação do Amazonas se concentram na capital e é preciso levá-la para o povo humilde do interior”, comentou o parlamentar durante pronunciamento.

Atualmente, a Suframa é gerenciada por um superintendente interino. Para o deputado estadual Luiz Castro (PPS), a autarquia precisa ser livre da disputa política pela ocupação do cargo. “Desejo que a Suframa seja conduzida de forma profissional e técnica, sem nenhuma corrente política, respeitando os servidores e classe empresarial”, afirmou.

Críticas

Linha de montagem de eletrônicos
Linha de montagem de eletrônicos

Os deputados José Ricardo (PT) e Dermilson Chagas (PDT) também discursaram no plenário sobre as fragilidades da ZFM. Chagas afirmou que há mais de seis anos nenhum convênio da Suframa foi assinado com municípios da Amazônia Ocidental. O parlamentar chegou a declarar que “a Suframa hoje não passa de um mero cartório, que se presta tão somente para liberação de guias de importação”.

O superintendente interino da Suframa, Gustavo Igrejas, rebateu as declarações e críticas. “O papel da Suframa não é, não foi e nunca será de cartório. A Suframa passa por uma fase ímpar na sua história por diversos fatores.

Primeiro a saída dos funcionários terceirizados, que compunha a força de trabalho há pelo menos 30 anos. No final do ano passado, tivemos a questão das eleições e vários fatores levaram a esse hiato em relação às reuniões do CAS, mas, em março, as reuniões serão retomadas e esse ano as seis reuniões serão cumpridas. Não existem grandes prejuízos em relação da aprovação final dos projetos uma vez que o superintendente tem essa prerrogativa de aprovar”, justificou Gustavo Igrejas.

Desafios

Os próprios dirigente da Suframa reconhecem que há grandes desafios em relação à infraestrutura e desenvolvimento de produtos. O superintendente interino da Suframa, Gustavo Igrejas, que assumiu em novembro de 2014 após Thomaz Nogueira renunciar ao cargo, disse que dentro de 20 anos a ZFM precisa ter uma estrutura que permita o desembaraço de mercadorias em um curto prazo.

O desenvolvimento de produtos na Zona Franca de Manaus é uma das metas que devem ser alcançadas.

Conglomerado de industrias
Conglomerado de industrias

“É um modelo de sucesso e não há como negar, mas precisa de ajustes. Um dos pontos que precisa ser atacado é a logística, mas que envolve não só a estrutura de portos e aeroportos, como também a melhoria de operacionalização do próprio Poder Público e dos órgãos anuentes para liberação de mercadorias tanto na entrada como na saída da Zona Franca de Manaus. Precisamos exportar não só produtos, mas tecnologia”, avaliou Gustavo Igrejas.

Duas rodas

O setor de Duas Rodas tem enfrentado sucessivas perdas há cerca de dois anos. O segmento – responsável pela fabricação de motocicletas, ciclomotores, motonetas, bicicletas e similares – tem sido considerado o “vilão” do equilíbrio do PIM. O setor tem desacelerado a produção devido ao acúmulo de produtos nos estoques. O principal fator apontado por especialistas envolvem as operações de financiamento.

O superintendente interino da Suframa explicou que o polo de Duas Rodas representa 30% do faturamento do PIM e tem mais de 70 fabricantes de componentes. “O polo é muito adensado, não tem só empregos na indústria final. Tem uma reação em cadeia quando tem crise nesse polo e é importante que ele resolva os problemas de crédito.

Outra linha de montagem no PIM
Outra linha de montagem no PIM

A gente brinca que não consegue ver o fundo do poço do polo de Duas Rodas, mas algumas declarações dadas pelo presidente da Abraciclo [Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares] no início desse ano é que eles estão otimistas e haverá um crescimento em 2015″, ponderou Gustavo Igrejas.

Amazonianarede-Osny araujo

 

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