Suécia atrai brasileiros que buscam estudo

(Amazonianarede – Agências)

Um desejo de aperfeiçoar o currículo e ter o diferencial que o mercado tanto exige. Aprender e ter mais para oferecer é o que buscam os jovens à procura do emprego dos sonhos.

A meta que alguns brasileiros traçam de estudar e ter uma experiência profissional no exterior ganha cada vez mais facilidades. Iniciativas governamentais e privadas têm realizado intercâmbios bem-sucedidos.

A Suécia, país do norte do continente europeu, abriu as portas para essas experiências. De cultura nórdica e clima frio, tem atraído jovens de todo o mundo para estudar nas faculdades que são referência em pesquisa tecnológica. A língua mãe do país é o sueco, um idioma que em nada lembra o português, mas é difícil encontrar quem não fale inglês por lá. Tanto é que inúmeras graduações e mestrados são ministrados na língua inglesa. Ainda assim, os imigrantes podem ter aulas de sueco paralelamente de graça.

Entre as três melhores instituições de ensino superior da Suécia está a Universidade de Tecnologia de Luleå (LUT, sigla em inglês), que atualmente tem 19 mil estudantes, 500 alunos em intercâmbio. Desses, 300 são de países da União Europeia (EU) e o restante de outros países do globo. O programa de mestrado leva os alunos a viver em outros países por, pelo menos, seis meses onde outras instituições são parceiras. Itália, Portugal, Alemanha, são só algumas. São 12 brasileiros inscritos no programa de mestrado da universidade, a maioria deles está em Coimbra, Portugal.

Em Luleå, cidade próxima ao Círculo Ártico, ao norte do país, muitos são os atrativos para os jovens. O inverno leva à prática de esportes radicais, à proximidade com a natureza em qualquer estação, além dos fenômenos naturais encontrados somente nessas regiões, como a Aurora Boreal e o Sol da Meia-Noite.

Porém, o ponto norteador disso tudo é a oportunidade de qualificação em um dos melhores campos de pesquisas da região. “Nós oferecemos educação e pesquisa em áreas como engenharia, tecnologia, administração de negócios, economia, ciências sociais, ciências da saúde, licenciatura, mídia, música e teatro”, explica o vice chanceler da LUT, Johan Sterte. O objetivo da universidade é manter o alto nível de educação. “Temos uma rede de contatos no mundo todo, que pode ser um benefício direto para o aluno. A colaboração vem dos professores, companhias, organizações e autoridades. A intenção é desenvolver projetos e parcerias com esses órgãos para que o aluno obtenha mais conhecimento que o vai deixar mais atrativo para o mercado”, completa.

No Mestrado em Construções Sustentáveis sobre Riscos Naturais e Catástrofes, por exemplo, são em média 600 interessados a cada ano, na última turma apenas 22 entraram. “Temos que ter certeza de que os alunos são bons, esse curso especificamente só dura um ano e meio e é preciso aproveitar ao máximo”, argumenta o professor responsável pelo curso, Milan Veljkovic.

Todos os cursos oferecidos pela LUT são baseados nas necessidades da economia local, que trabalha em escala mundial. A mineração é uma das que mais recrutam profissionais de diversas áreas de atuação. “As empresas querem apoiar o investimento que fazemos nos alunos porque elas precisam qualificar os profissionais. Em Kiruna, vão mudar parte da cidade de lugar para explorar uma mina, é um projeto grande. A região precisa de profissionais dedicados, por isso as companhias e nós estamos empenhados em convencer os alunos a ficar”, conta a coordenadora de carreira da instituição, Mia Oldenburg.

De acordo com ela, a universidade realiza uma série de atividades estudantis que pretendem envolver os alunos. “Dos nossos alunos, 20% são do sul da Suécia, atraímos para cá. E muitos conseguem emprego antes mesmo da graduação”, revela. Foi assim que a finlandesa Anna Nãppã decidiu não mais voltar para casa. Há cinco anos ela havia começado o mestrado em Administração de Negócios. “Me senti muito bem-vinda, tem muita coisa para fazer, fiquei apaixonada pela cidade, aqui a gente tem oportunidade de crescer com ela. A natureza está próxima, é uma cidade pequena e muito mais barato que em Estocolmo [capital da Suécia]”, relata.

ESPACIAL

A Universidade de Luleå tem também um Departamento de Tecnologia Espacial, em Kiruna. A cidade mais ao norte já era conhecida por abrigar muitos institutos de pesquisa espacial. A LTU se instalou no município para colaborar com essas companhias e atualmente desenvolve cinco programas de pesquisa, são eles: atmosfera polar, energia solar e física terrestre, física do sistema solar e tecnologia espacial, física do plasma espacial e o observatório. “Um curso voltado para essa área não pode ser feito sozinho, precisamos da ajuda de várias instituições pela questão financeira e de competência. Temos professores da Índia, Reino unido, Alemanha”, comenta Victoria Barabash, chefe do departamento.

A cada ano, 800 candidatos se interessam pelo estudo espacial da instituição, 100 deles são eliminados por não estarem adequados as demandas, 350 se classificam e os 10 melhores ganham bolsas de estudos. O nigeriano Charles Anyairo foi para Kiruna aprofundar os conhecimentos que aprendeu na faculdade. “Estudei engenharia espacial na Ucrânia e agora vim para cá fazer mestrado. Acho muito interessante saber por onde está o mundo que a gente vive”, diz.

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