Sobre Lula e babacas

Almir Quites

Almir M. Quites

Almir Quites*

Almir Quites
Almir Quites

O mensalão completou dez anos no mês passado!

Há dez anos, quem diria que hoje o Mensalão amplamente sobrepujado no ranking de escândalos nacionais. Pois é, ele foi superado, em tamanho, em petulância e insensatez, pelo Petrolão.

O ex-presidente Lula, o mais importante membro da quadrilha do Mensalão, não foi punido e isto encorajou os bandidos a continuar e até a ampliar a pilhagem do povo brasileiro. A Petrobrás não resistiu e soçobrou.

A não aplicação do processo legal de impeachment ao ex-presidente teve seus desdobramentos óbvios: as instituições brasileiras enfraqueceram e foram dominadas pelos delinquentes. O escândalo da Petrobras mostrou que os bandidos do governo petista agiram com total desfaçatez, com a mesma certeza de impunidade. A conduta ilícita prosseguiu mesmo durante a operação Lava Jato. Confesso que, há dez anos, eu não imaginava que a situação política do Brasil ainda pudesse piorar.

Segundo li na VEJA desta semana, Lula escapou do merecido processo de impeachment pela vilania costumeira: “O PT negociou o silêncio do empresário Marcos Valério quando ele – às vésperas da conclusão da CPI dos Correios – avisou que acusaria Lula de comandar o mensalão se não recebesse uma ajuda financeira milionária.” Assim, Lula se livrou da CPI, reelegeu-se em 2006 e foi o efetivo cabo eleitoral de Dilma em 2010.

Como se sabe, em 2012, Marcos Valério contou parte de seus segredos ao Ministério Público, tentando um acordo de delação premiada. Já era tarde. Lula não podia mais ser incluído no processo. O empresário cumpre uma pena de 37 anos de prisão.

Mensalão foi montado para comprar o apoio político de congressistas a projetos do governo. Logo, o principal interessado no funcionamento do esquema era o Palácio do Planalto. Mas quem, afinal, era o grande beneficiário? Lula foi blindado pelos comparsas. Até o STF (Supremo Tribunal Federal), já semi-aparelhado, sucumbiu. Para ele, havia uma quadrilha, mas não havia o chefe da quadrilha. Para o Ministério Público, o chefe era o ex-ministro José Dirceu. O STF chegou a condenar Dirceu como chefe da quadrilha. Logo depois, ao julgar os recursos dos réus, a corte reviu a decisão e anulou o crime de quadrilha. Foi quando o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu (em 27/02/2014), por seis votos a cinco, absolver do crime de formação de quadrilha o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, juntamente com o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-presidente do PT, José Genoíno e outros cinco condenados no processo do mensalão, entre eles ex-dirigentes do Banco Rural e o grupo de Marcos Valério. Se não havia quadrilha, então era impossível haver um chefe. E assim o judiciário curvou-se aos bandidos, rendeu-se.

A “virada de mesa” começou quando o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da aceitação dos embargos infringentes no processo do mensalão. O voto do ministro decano não me convenceu! Parece-me que teria sido fácil contestá-lo. Até hoje me pergunto: por que não o fizeram?

Vejam aqui (link abaixo) o artigo que publiquei em 20/09/2013, portanto apenas dois dias após o fatídico voto do ministro Celso de Mello. Para lê-lo, clique aqui:

http://almirquites.blogspot.com.br/2014/04/o-voto-do-ministro-decano-nao-me.html

Passaram-se dez anos e infelizmente o Brasil não mudou. Continua dominado por bandidos. Os petistas ainda acham que eles não fizeram nada errado: “Todos roubam. O PT não inventou a corrupção“! O próprio João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal e um dos condenados no processo do Mensalão, mostra isso. Ele falou durante quase uma hora sobre a conjuntura enfrentada pelo PT e disse as bobagens de sempre: “O PT errou? Claro que errou. Errou demais. Errou no mensalão. Errou agora de novo [no caso da roubalheira na Petrobras]. Mas não é por isso que o PT tem apanhado tanto“. Segundo João Paulo, o partido é alvo de ataques de “uma elite contrariada com a administração petista”. A culpa é de outros! É de “uma elite” que não teria gostado da “ascensão dos pobres“. Como se vê, os petistas argumentam simplesmente assim: “eles estão contra nós” ou “é nós contra eles“, mas também afirmam que “Todos roubam. O PT não inventou a corrupção“, o que significa “somos todos iguais”! Só babaca acredita nessas coisas tão ilógicas.

Se fosse verdade que o povo continuou elegendo Lula e Dilma, então o povo brasileiro seria mesmo babaca. Eu só não posso afirmar isto com plena convicção porque não sei em quem o povo votou! O processo eleitoral brasileiro, com estas urnas eletrônicas, é facilmente fraudável. O processo eleitoral é inconstitucional porque a apuração é secreta, inauditável. O povo seria babaca por acreditar nele, mas teria como atenuante o fato de não entender de eletrônica e de informática.

Os artigos assinados não refletem a opinião do Portal e são de inteira responsabilidade de seus autores

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