Sob protestos, FIFA discute mudança na data da Copa no Qatar

Em Zurique, protesto em frente a Fifa
Em Zurique, protesto em frente a Fifa
Em Zurique, protesto em frente a Fifa

Zurique – Começou em Zurique, reunião do Comitê Executivo da FIFA que vai discutir a mudança das datas da Copa do Mundo no Qatar, em 2022, para o inverno.

O encontro acontece na sede da entidade em Zurique, na Suíça, e termina na sexta-feira. Espera-se que os integrantes do comitê também analisem as recentes denúncias sobre uso de mão de obra escrava nas obras para o torneio.

O presidente, Joseph Blatter, é o principal entusiasta da alteração do evento para o inverno, já que as temperaturas chegam a 50 graus no verão. Por outro lado, ele sofre pressões de países europeus, além dos Estados Unidos, para que o calendário – que prevê a realização dos jogos nos meses de junho e julho – seja mantido.

A eventual mudança provocaria alterações nos principais campeonatos do mundo. Já nações africanas e asiáticas não se posicionaram sobre a mudança.

– Ainda não discutimos o assunto na África. Estamos esperando uma explanação do Comitê Executivo – afirmou o egípcio Hany Abo Rida, integrante da entidade, à AP.

A FIFA determinou a criação de uma força-tarefa para estudar soluções para o calendário.

Condições de trabalho em pauta

Outro assunto em pauta na reunião será as denúncias feitas pelo jornal inglês “The Guardian” sobre as condições escravizantes a que são submetidos trabalhadores no Qatar. Segundo a publicação, 44 operários do Nepal que trabalhavam nas obras da Copa morreram entre junho e agosto.

O diário inglês revelou ainda um levantamento da Confederação Sindical Internacional que aponta risco para a vida de até quatro mil empregados envolvidos com o evento.

Protesto Zurique

Cerca100 sindicalistas suíços protestaram diante dos portões da sede da FIFA durante a reunião do Comitê Executivo. O grupo do sindicato Trabalhadores de Construção e Carpintaria (BWI, em inglês) estava com cartões vermelhos nas mãos e exigiu mais rigor da entidade na apuração das denúncias.

– Queremos o fim do sistema de patrocínio, por exemplo, no qual as pessoas estão presas a seu empregador, seus passaportes ficam retidos e elas não podem escapar – disse Marion Hellmann, secretária-geral da BWI. – Queremos inspetores laborais no local para visitar as obras e fazer inspeções. Queremos um comprometimento claro do governo (do Qatar) e da FIFA.

Queremos que as pessoas tenham água potável, comida, uma boa cama para dormir, cômodos bem ventilados, bom salários, não só sete dólares por dia. Ainda há muito tempo para mudar.

Amazonianarede-O Globo

 

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