Macapá, AP – “A solução para desafogar a rodovia Duca Serra é única: a duplicação”. É essa a definição da secretária de Estado dos Transportes, Laura Souza, quando questionada durante entrevista, ontem, sobre o que pode ser feito para desafogar o trânsito na rodovia que liga Macapá aos municípios de Santana e Mazagão.
Quem trafega pela rodovia nos horários de pico [7h da manhã, meio dia, e 18h] enfrenta congestionamentos que chegam a mais de 3 km, principalmente, entre o entroncamento do comando do 34º Batalhão de Infantaria e Selva (3º BIS), no bairro Nova Esperança, e o bairro Marabaixo I.
“Temos conhecimento dessa situação e estamos trabalhando na readequação do projeto. Pelos cálculos do departamento técnico da secretaria, deveremos licitar essa obra até o final do ano. A expectativa real é de que vencida essa fase de readequação e licitação os trabalhos iniciem no primeiro trimestre de 2015”, disse a titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setrap).
A secretária explicou ainda que a duplicação da rodovia Duca Serra foi elaborada há quase dez anos, mas a execução dos serviços não foi realizada por questões de gestão e até de denúncias de superfaturamento da obra.
“Hoje podemos afirmar que a Setrap tem recursos alocados para esta obra que é de 17 km. A situação é crítica porque não houve gestão para executar o projeto e ainda houve denúncias de sobrepreço de insumos como areia, seixo e outros materiais, o que ocasionou a suspensão da ordem de serviço”, disse.
A obra
O projeto de duplicação da rodovia Duca Serra começou a ser elaborado no ano de 2003. Em abril de 2005 ele foi entregue à Setrap – para abertura do processo licitatório – ao custo de R$ 78 milhões.
Somente em julho de 2009 é que a licitação foi concluída e a empresa vencedora foi apresentada. Porém, ao analisar os números iniciais do projeto, foi verificada inconsistência no valor descrito na tabela de custos. Dos R$ 78 milhões orçados em 2005, o projeto já havia saltado para R$ 108 milhões, em 2009.
Com isso, a Setrap convocou uma comissão que analisou a tabela orçamentária, identificando sobrepreço em vários itens, o que levou à suspensão da ordem de serviço que garantiria à empresa vencedora do certame iniciar os trabalhos.
Para se ter ideia da disparidade de preços, o valor de 1m de areia, que no mercado custava R$ 45,00, na tabela orçamentária do projeto custava R$ 78,00. Isso levou a abertura de uma investigação e suspensão do processo que agora foi retomado.
“Estamos trabalhando com toda lisura possível para que o projeto seja, enfim, concluído, e a obra executada. Com isso, ganha o cidadão e ganha o estado que contará com a execução do plano de mobilidade da rodovia”, concluiu.
Fonte: Diário do Amapá