Manaus – O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, acompanhado do superintendente da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Thomaz Nogueira, e de assessores do MDIC, visitou, nesta quarta-feira (18), as microempresas de cosméticos Pharmakos da Amazônia e Amazongreen, ambas localizadas no Distrito Industrial das Micro e Pequenas Empresas (DIMPE).
Durante a visita, a comitiva conheceu o sistema de produção utilizado em cada fábrica e conversou com os proprietários das empresas, levantando a situação do setor de cosméticos na região.
Para o diretor da Pharmakos da Amazônia, Schubert Pinto, um dos principais entraves é a comercialização dos produtos nos demais Estados e também o escoamento para exportação. “A inserção no Sul/Sudeste, por exemplo, é mais difícil porque ainda nos veem como produtores de matéria-prima e não de produto acabado”, afirma. Segundo ele, os contatos comerciais que a empresa possui em São Paulo foram obtidos a partir da Naturaltech, feira de produtos naturais que a empresa tem participado com o apoio da SUFRAMA. “As feiras nos tem trazido resultados muito importantes nesse quesito”, observa.
De acordo com o superintendente Thomaz Nogueira, a SUFRAMA continuará a trabalhar no incentivo das empresas do PIM à geração de negócios nos demais Estados do Brasil e na exportação, por meio da participação em feiras nacionais e internacionais, bem como missões institucionais e acordos bilaterais, entre outros mecanismos.
Outro ponto observado é o fornecimento das essências amazônicas. A Amazongreen informou que as essências utilizadas em seus produtos vêm de São Paulo, embora a matéria-prima seja local, pois não existem fornecedores devidamente certificados na região. “Nossos produtos possuem uma qualidade comprovada e infelizmente não temos fornecedores aqui que atendam ao nosso padrão”, afirma Gonçalo Portela, gerente administrativo da Amazongreen.
O secretário Alessandro Teixeira vê no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) o caminho para alavancar o setor, a partir da conquista de sua identidade jurídica. “Esse trabalho com as essências amazônicas tem tudo a ver com a proposta do CBA, que é de contribuir com a bioindústria e ampliar as oportunidades de negócios na região”, afirma.
Segundo informações do Ministério do Planejamento, o Projeto de Lei que cria personalidade jurídica para o CBA está pronto para ser enviado à Casa Civil, última etapa antes de ir ao Congresso para aprovação parlamentar.
Empresas
A Pharmakos da Amazônia existe há dez anos, criada inicialmente com o objetivo de produzir na região produtos que antes eram importados, como o Ice Gel. A empresa apresenta uma linha de mais de 200 produtos na área de cosméticos produzidos a partir de extratos e essências da região e atualmente trabalha na ampliação para a produção de produtos farmacêuticos.
Inaugurada em 2006, a Amazongreen fabrica cosméticos e perfumes na linha de higiene pessoal, utilizando o conceito amazônico desde as suas embalagens, revestidas com folhas de cacau desidratada. A empresa possui uma variedade de mais de 130 produtos e trabalha fortemente com ações socioambientais, capacitando comunidades ribeirinhas no processo de desidratação artesanal de folhas, que servem de matéria-prima para a empresa, garantindo emprego e renda na região.
(Texto/Foto: Layana Rios)