Sabotagem à vista: Governo pede que PF investigue o Programa Mais Médicos

Brasília – O governo mudou as regras para as inscrições no programa Mais Médicos, depois de suspeitas de sabotagem, esse é um programa criado para levar os profissionais de saúde às regiões mais precárias do país.

Nessa mudança o governo vai exigir que os médicos residentes e os que fazem parte do Programa de Valorização da Atenção Básica, o Provab, apresentem ainda este mês uma declaração para comprovar que estão abrindo mão da residência ou se desligando do Provab para aderir ao programa Mais Médicos.

Só com esse documento é que a inscrição vai ser homologada e quem homologar a participação e não comparecer no início das atividades ou desistir nos primeiros seis meses será excluído do programa.

Em reportagem veiculada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha comentou sobre a importância das novas regras: “É um filtro para proteger o médico, que de fato quer ir para o interior e periferia das grandes cidades e sobretudo pra proteger a população que está esperando este médico chegar o mais rápido possível”.

Segundo a reportagem, em apenas uma semana, 11,7 mil profissionais se cadastraram no programa, e o Ministério da Saúde estranhou o volume de inscrições em um período tão curto de tempo, principalmente de residentes, e pediu que a Polícia Federal investigasse denúncias de que inscrições tenham sido feitas apenas com o objetivo de tumultuar o projeto.

O inquérito da PF já foi aberto nesta quinta-feira. Muitas mensagens foram postadas na internet. Em uma, o usuário diz que a pedido do “sindicato” repassava o recado para que todos os médicos se inscrevessem no programa Mais Médicos do Governo Federal. O objetivo seria mostrar que não faltam profissionais no país e atrasar a importação dos médicos estrangeiros prevista no projeto.

Durante a reportagem, a Federação Nacional dos Médicos foi procurada e o presidente Geraldo Ferreira Filho disse que não deu esse tipo de orientação.”Nós tivemos reunião com todos os sindicatos do Brasil e consultamos sobre isso. Essas informações passadas em diálogo não correspondem à realidade”, disse

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que a prática seria um tipo de boicote. “Só poderemos lamentar se isso efetivamente estiver ocorrendo. Por vários motivos. Em primeiro lugar, porque seria uma forma de sabotagem a um direto legítimo da população de ter um atendimento médico garantido, de ter um médico garantido”, declarou a ministra.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, deu prazo de dez dias para que a Presidência da República envie esclarecimentos sobre o Mais Médicos. A decisão foi motivada por um pedido do deputado federal Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro, que quer suspender o programa.

(Amazonianarede – JN)

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