RR: Frente denuncia a permanência de balsas com garimpeiros em áreas indígenas

Um primeiro diagnóstico feito pela Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami detectou aproximadamente 3 mil garimpeiros nas calhas dos rios Mucajaí, Uraricoera, Catrimani, Parima e Apiaú. Foram localizadas 42 pistas de pouso clandestinas em atividade e centenas de balsas de garimpo.

Desde então, foram realizadas 17 operações de combate a extração ilegal de minérios, além da construção de três bases de proteção etnoambiental. Mais uma base está em construção e a previsão é que, até 2015, mais seis bases sejam construídas na terra indígena.

Desde 2004, não eram realizadas operações para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A partir de 2010, quando a Funai criou a Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye´kuana (FPEYY), que foi implementada em 2011, começaram ações mais consistentes em resposta às denúncias recebidas dos índios e suas comunidades.

A Frente iniciou suas ações pelo Rio Mucajaí, onde existem índios isolados, avistados em 2011. O rio estava quase todo tomado por garimpo, que tinha como entrada principal a Pista do Botinha, na Serra da Estrutura, localizada no alto curso do Rio Mucajaí, por onde entravam a maioria dos voos com homens e material para abastecimento do garimpo.

A pista do Botinha abastecia também os garimpos localizados nas nascentes do Rio Parima, principal formador dos rios Uraricoera e Catrimani. Foi fundamental a retomada da pista pela Funai, que nela construiu uma Base de Operação Etnoambiental. Fechado este acesso aéreo, a via fluvial foi também atacada. Durante 2012 foram realizadas oito operações pela Funai, Polícia Federal e Exército, nas quais foram afundadas 42 balsas.

Além disso, em 2012, foi construída outra Base de Operação Etnoambiental, onde o Rio Mucajaí cruza o limite da TI Yanomami, com o objetivo de impedir a subida de garimpeiros, fechando assim os dois principais acessos desse rio.

Na região do Apiaú, de fácil acesso por via fluvial, também houve um aumento das operações ilegais, em razão do fechamento das pistas e do acesso aéreo causado pela Operação Xawara, realizada em julho de 2012, que prendeu 8 pilotos e 11 aeronaves. No final do ano a Funai e a PF prenderam 52 garimpeiros e destruíram 30 máquinas. O garimpo no Apiaú é organizado por pequenos comerciantes, alguns empresários do setor de distribuição de bebidas e gêneros alimentícios, que atuam na periferia da cidade e organizam grupos para operar as balsas.

A estimativa é que hoje estejam trabalhando na região do Apiaú e Rio Novo aproximadamente 120 garimpeiros e 40 maquinários, sendo que 10 desses seriam maquinários grandes e 30 seriam operados com uma máquina menor chamada “bombita”, mais leve de carregar e bastante potente, que dá mais autonomia aos garimpeiros. Essa máquina seria trazida ilegalmente da Venezuela.

(Com informações do Instituto Socioambiental)

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