
Boa Vista – A Coordenadora nacional de Controle a Pragas está em Roraima visitando as barreiras fitossanitárias instaladas nas áreas de risco, onde foram registradas focos da praga mosca da carambola.
Conforme produtores, o problema já está afetando inclusive o bolso do consumidor, que tem que pagar mais caro para aquisição de produtos de fora, os quais são cultivados no Estado, mas não podem ser comercializados. Mamão, goiaba e maracujá já sofreram um aumento de 50% no preço.
Fruticultores da região do Bonfim cobram maior agilidade na busca de soluções para o problema que perdura há quase dois anos. A praga da carambola entrou no Estado em 2010 pelas cidades que fazem fronteira com a Guiana, a Nordeste do Estado, atingindo frutas como manga, goiaba, acerola, caju, tomate e carambola.
As barreiras foram criadas com a finalidade de criar zonas de segurança para que as propriedades que estão fora das áreas de riscos possam voltar a investir na produção de frutos. Segundo os produtores, mesmo as propriedade que já passaram pelas visitas técnicas da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) e foi constatado não haver foco da doença, continuam proibidas de comercializar seus frutos nos limites do Estado.
Aureliano do Nascimento é fruticultor na região do Bonfim e está preocupado com a safra deste ano. “No ano passado já ficamos no prejuízo. Caso esta questão não for solucionada logo, corro o risco de perder toda a minha produção. E o governo não fará nenhum reembolso”, disse.
Os produtores se mostram a favor da fiscalização, no entanto não entendem por que as áreas que não foram atingidas continuam sendo proibidas de comercializar os frutos. Para o produtor Adalto Gomes, os órgãos de fiscalização deveriam adotar medidas mais severas nos pontos onde foram registrados focos da doença, como em Uiramutã, na divisa com a Guiana.
“Bonfim [que também faz fronteira com a Guiana] é uma dos maiores produtores de frutos do Estado. Gostaríamos que as autoridades competentes revissem nosso caso. Queremos uma solução para essa safra que está chegando, e não para o ano que vem”, reivindicou Gomes.
Além dos problemas com a proibição da venda dos frutos, as propriedades sofrem com a falta de energia. “Alguns produtores utilizam 20 motores para irrigação e conservação das produções, ou seja, os gastos são enormes e o retorno é zero”, afirmou Alexandre Valentino produtor rural e representante do grupo Terra Tombada.
ADERR – Conforme o presidente da Aderr, Rodolfo Pereira, já foram tomadas todas as medidas necessária para o controle da doença e a criação de zonas de segurança. Segundo ele, a liberação agora depende da avaliação do Controle Nacional a Pragas, que inclusive já se encontra no Estado. Sobre a proibição da comercialização dos frutos dentro do Estado, foi informado que as medidas são uma precaução para segurança de todos.
SFA – Superintendência Federal de Agricultura informou que também está esperando o resultado da avaliação do Órgão de controle de pragas. Informou ainda que, se decisão for positiva, a liberação para comercialização será agilizada o mais rápido possível para que os fruticultores não percam a Safra. (SM)Produtores rurais reclamam de prejuízos
(Folha BV)