Romance retrata as riquezas naturais e os perigos de viver na floresta amazônica

Boa Vista – Muitos anos de convivência com povos tradicionais como os indígenas, os extrativistas de erva-mate e os seringueiros não tinha como terminar diferente para o professor, biólogo e escritor, Ricardo Dantas, se não fosse escrevendo um romance ambientado nesse cenário que sempre foi sua grande paixão: a floresta.

Dantas vai lançar no próximo mês de maio o romance ‘Meia Pata’, que tem como fonte de inspiração a floresta amazônica que ele conheceu a fundo durante um trabalho de manejo florestal realizado em 2009, no município de Caracaraí. O lançamento será dia 05 de maio, a partir das 18h, na Casa do Neuber.

O escritor Ricardo Dantas classifica seu estilo literário como bioarte, uma vez que – apesar de escrever romances, sempre busca inspiração no meio ambiente da floresta. Meia Pata revela as riquezas naturais do mundo fechado da mata, mostradas através do sentimento muitas vezes místico que tem com a floresta e do fato de conhecer profundamente suas peculiaridades.

“Simplesmente peguei a minha experiência pessoal com vários ambientes florestais, desde o Paraná, Acre e Roraima, e afirmo ao leitor – que nunca adentrou uma floresta, quando estiver lendo Meia Pata, pode fechar os olhos que vai sentir sim como se estivesse no meio da mata, no meio da selva, sentindo os elementos da natureza porque estou descrevendo como biólogo o ambiente que eu convivi”, explica.

Depois de passar por várias experiências com povos da floresta, hoje Ricardo Dantas escolheu para viver uma comunidade indígena no norte de Roraima, a Boca da Mata, localizada na região do Alto São Marcos, município de Pacaraima, onde trabalha como professor. Segundo ele, essa experiência foi crucial para pudesse finalizar o romance Meia Pata, inclusive incluindo no final uma personagem indígena ao enredo do livro.

O livro conta a história de um biólogo pesquisador, que no final da década de 80, tem como sonho estudar a maior selva do planeta. Para isso, parte em uma jornada ao interior da região amazônica no estado de Roraima, enfrentando naquela época uma ausência completa de infraestrutura. O único acesso para a área a ser pesquisada era navegando através do Rio Branco.

“Com uma equipe de trabalhadores formada com mão de obra local, principalmente um caçador com o filho, ele entra na mata fechada, onde acaba por conhecer, na prática, o que antes só via na tevê. Em sua experiência na região mais isolada e peculiar da Amazônia legal, o biólogo é submetido a todo tipo de situação, incluindo um romance inusitado e místico com uma linda indígena da etnia Macuxi e um embate por luta de território e respeito com a maior predadora da floresta, a onça-pintada”, explica o escritor.

Para Dantas, o livro pode servir tanto para o entretenimento como tem um cunho educacional na medida em que desvenda “os ambientes naturais e as transformações do comportamento humano diante da majestosa Natureza com o personagem da onça-pintada que é um atrativo à parte”.

Fonte – Alexsandra Sampaio – Folha BV

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