RioNegro invade rua no Centro de Manaus e comerciantes reclamam de prejuízos

Rio Negro chega a algumas ruas do centro da cidade e os lojistas temem pelos prejuízos
Rio Negro chega a algumas ruas do centro da cidade e os lojistas temem pelos prejuízos
Rio Negro chega a algumas ruas do centro da cidade e os lojistas temem pelos prejuízos

Manaus – A cheia do Rio Negro já alaga parte da Rua dos Barés, no Centro de Manaus. Comerciantes temem perdas nas vendas, em decorrência da redução do número de clientes que circulam na área central em período de enchente. Com 10 centímetros acima da cota de emergência, o Negro mede 29,04 m, nesta quinta-feira (21).

Na quarta-feira (20), a Prefeitura de Manaus decretou emergência em áreas da cidade afetadas pela cheia. O pedido ainda é analisado pela Defesa Civil do Estado.

De acordo com o comerciante Altair Perez, que tem uma distribuidora na Rua dos Barés, todos os anos, as vendas caem neste período. “Com as águas não passa ninguém por aqui e não tem quem compre, o que salva é o pessoal que a gente já tem certo, principalmente do interior. Cerca de 40% das vendas caem até o rio voltar ao normal”, disse.

Desde 2012, quando Manaus registrou a maior cheia de sua história, Altair construiu marombas dentro do comércio e nunca mais tirou. “A gente não sabe mais como vem [a cheia], mas vem. Antigamente, não alagava com tanta frequência”, lembrou.

Para o comerciante Eldo de Freitas, 37 anos, o problema seria minimizado com a elevação do nível da Rua dos Barés. “Isso causa um transtorno, e faz com que a clientela seja prejudicada. O governo não quer fazer nada, todo ano essa cheia afeta a gente aqui. São quatro anos sobrevivendo nessa situação.

O caminhão deixa mercadoria em uma rua já alagada
O caminhão deixa mercadoria em uma rua já alagada

Já vieram fazer uma obstrução das galerias, mas não resolveu. O problema é que a Rua dos Barés é baixa. Para resolver, tem que levantar o nível da rua”, afirmou o homem, que é dono de distribuidora.

Morador da Rua dos Barés há 43 anos, Carlos Antônio reclama do mau cheiro. “Com uma alagação dessas, aumenta o odor. As vendas caem e os comerciantes não têm para quem vender”, disse.

O mau cheiro prejudica principalmente os restaurantes da área, segundo a cozinheira Isis Bahia. “É um odor muito forte e quem vai comer assim? Ninguém quer comer desse jeito. Tudo piora com a chuva. Aí, ninguém vem comer aqui”, disse a mulher.

De acordo com o empresário Dirceu Deuzeno, que fornece alimentos na área, o mau cheiro causa constrangimentos. “O meu movimento não cai muito porque os meus clientes são os próprios funcionários daqui.

Mas a gente fica muito constrangido com o cheiro forte e com os mosquitos que aparecem. As pessoas ficam preocupadas porque isso tudo aqui é galeria e debaixo tem muitos ratos e cobras. Desde 2007, que eu vejo isso. Eu tenho que limpar sempre com desinfetante”, disse.

Áreas afetadas

De acordo com a Defesa Civil de Manaus, a cheia desse ano deve atingir três mil famílias na área urbana e um mil na zona rural. A alta do Rio Negro já afeta os bairros Educandos e Mauazinho, na Zona Sul, e São Jorge, na Zona Oeste.

Até o fim da subida das águas, 15 bairros poderão ser afetados. A Defesa Civil Municipal informou que o Educandos será o mais prejudicado. No local, 775 famílias devem ser afetadas.

Com  a invasão das águas, os clientes fogem das lojas e o faturamento cai
Com a invasão das águas, os clientes fogem das lojas e o faturamento cai

A Prefeitura de Manaus informou que monitora 12 comunidades na zona rural localizadas às margens do Rio Amazonas. Em uma delas, na Comunidade Nossa Senhora do Carmo, há previsão de construção de passarela.

Já em bairros como Cachoeirinha, Tarumã, São Geraldo, Colônia Antônio Aleixo, Compensa, algumas áreas no Centro e Mauazinho as pontes serão construídas pela comunidade com ajuda da Defesa Civil Estadual.

Segundo a Defesa Civil, um plano de contingência foi montado para minimizar os efeitos da cheia na capital. Entre as ações realizadas estão a limpeza de bueiros na área central da cidade, construções de pontes e orientação de combate a doenças causadas pelo contato com a água contaminada.

Ao todo, 37 acessos em áreas da cidade que tradicionalmente ficam com vias submersas serão construídos. A previsão é construir 3,1 km de passarelas nos bairros afetados.

Amazonianarede-AmaconiaTv

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