Rio – Quando se fala em um domínio no esporte talvez a primeira coisa que venha a cabeça é o monopólio de Barcelona e Real Madrid no Campeonato Espanhol. Ou então a disputa direta dos campeonatos estaduais com dois gigantes, como Atlético e Cruzeiro em Minas Gerais ou Grêmio e Internacional no Rio Grande do Sul.
Mas esqueça tudo isso. Nenhuma rivalidade é tão dominante quanto a que envolve Rio de Janeiro e Osasco no vôlei feminino.
Neste domingo, os dois times voltam a ficar frente a frente em uma final. Será a 11ª decisão entre eles nos últimos 13 anos.
“É uma rivalidade importante, é um dos grandes clássicos do vôlei mundial. Tomou uma proporção enorme pela quantidade de vezes e também por ser Rio x São Paulo. É uma rivalidade sadia, os times se respeitam. Todo mundo que joga se sente privilegiado de estar diante de dois gigantes do esporte brasileiro”, diz a ponteira Fabi.
Só o Sesi, em 2014, e o Praia Clube, no ano passado, conseguiram se ‘intrometer’ no clássico. Os dois acabaram derrotados pelo próprio Rio de Janeiro.
Comparação
E não é exagero dizer que os dois times são mais dominantes que Real e Barça na Espanha. Afinal de contas, os dois gigantes ficaram com as duas primeiras posições do Campeonato Espanhol em 10 das últimas 13 temporadas. Uma vez a menos, portanto, que Rio de Janeiro e Osasco.
Os estaduais tem um ‘domínio’ ainda menor dos gigantes. Em Minas, Cruzeiro e Atlético fizeram ‘apenas’ sete finais no período. No Rio Grande do Sul, Grêmio e Inter decidiram só seis vezes.
Em campeonatos com mais times de alto investimento, a situação é mais equilibrada ainda. No Rio de Janeiro, a final mais repetida nos últimos anos foi entre Flamengo e Botafogo: cinco vezes. Em São Paulo, Corinthians e Santos fizeram três finais.
No Brasileirão, a igualdade é ainda maior: nenhum dos últimos 13 campeonatos repetiu os times nas duas primeiras posições.
Já os outros três grandes campeonatos europeus tiveram quatro repetições de duplas dominantes: Chelsea e Manchester United na Inglaterra, Internazionale e Roma na Itália e Bayern e Borussia Dortmund na Alemanha.
Só campeonatos menores tem um domínio parecido. Dynamo Kiev e Shakhtar Donetsk, por exemplo, se revezaram nas duas primeiras posições em 11 dos últimos 13 anos, exatamente o mesmo que acontece no vôlei feminino brasileiro.
Em outro esportes, o equilíbrio também é grande. Na NBA, por exemplo, só quatro duplas de times repetiram finais nesse período (Spurs x Heat, Lakers x Celtics, Warriors x Cavs e Heat x Mavericks). Na NFL, só Patriots e Giants se enfrentaram mais de uma vez no Super Bowl.
O vôlei masculino também conta com um domínio atualmente. Mas esse domínio do Sada Cruzeiro é bem mais recente e ainda sem um grande rival como acontece no feminino. Até agora, os mineiros enfrentaram o Sesi apenas três vezes em decisões.
Rio de Janeiro x Osasco nos números
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No confronto direto, a vantagem é das cariocas. Das 10 decisões, 7 acabaram com o Rio de Janeiro campeão. Nos números gerais, são 47 vitórias do time de Bernardinho contra 35 de Osasco.
“Final é final. Dentro de quadra é sempre uma rivalidade saudável. O jogo não vai ser fácil, enfrentaremos o campeão da década. Temos que ter paciência, errar pouco porque o Rio também erra muito pouco. É ter tranquilidade, paciência e tentar fazer nosso melhor jogo”, diz Dani Lins.
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