Redes de lanchonetes fast food trilham o caminho para o interior

(Amazonianarede – Brasil Econômico)

Grandes marcas observam o potencial de consumo de cidades com até 100 mil habitantes e investem em formatos diferenciados para seguir com planos de expansão pelo País.

Grandes redes de lanchonetes fast food traçam o caminho do interior do país e também as cidades da região Nordeste para seguir com seus planos de expansão. As franquias são o meio para chegar mais perto de consumidores em cidades de até 100 mil habitantes,onde é crescente o potencial de consumo. E, para isso, vale apostar em formatos diferentes para chegar até lá. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as franquias de alimentação, que incluem marcas como Mc Donald´s, Bob´s, Subway, Giraffas entre outras, faturaram R$ 20 bilhões em 2012, um aumento de 17,6% em relação a 2011.

João Baptista, coordenador do Comitê de Alimentação da ABF, explica que as grandes redes têm como vantagem em seus planos de crescimento a oferta de modelos de negócio que se adequam à capacidade de consumo de cada cidade. Esse movimento, diz ele, aumenta a capilaridade de redes com essa capacidade de adaptação. Mas, por outro lado, também impulsiona o pequeno empreendedor a se profissionalizar.

“O setor de alimentação cada vez mais se profissionaliza por conta dessa competição que acontece com quem é ‘gente grande’. Quem não busca a gestão profissional não consegue espaço”, diz.

Para ele, o Nordeste, mais do que o interior do país, de um modo geral, é a bola da vez para esse mercado.

“A região tem recebido uma série de investimentos e incentivos governamentais. A população no Nordeste está cada vez mais aberto a essa nova forma de consumo. Já no interior, a alimentação em casa ainda é um hábito. Mas é aí também que formatos diferenciados destas redes de alimentação entram em operação”, completa Baptista.

Além da expansão, a concentração do setor é outra tendência, assinala ele. A união de marcas como Gendai e China in Box, a criação da Brazil Fast Food Corporation (BBFC), que une as redes Bob´s, KFC, Doggis, Pizza Hut e o surgimento do Grupo Trigo, que tem sob seu chapéu as marcas Spoleto, Koni Store e Domino’s Pizza são alguns dos exemplos. Para o executivo da ABF, é um caminho que seguirá acontecendo.

Isso porque, segundo Baptista, a consolidação ajuda a aumentar o poder de fogo das marcas na negociação com fornecedores e na disputa por melhores espaços. Mas ele alerta que todo esse caminho poderia ser ainda mais fácil não fosse a carga tributária para o setor.

O investimento em cidades do interior leva empresas como Mc Donald´s a desenvolver estudos específicos sobre o potencial de consumo no país. Dorival Oliveira, diretor de Expansão da rede, diz que, em 2010, a empresa desenvolveu um levantamento das 5.565 cidades brasileiras, mapeando aquelas com potencial para ter uma operação da marca.

“Planejamos nosso plano de expansão a partir desse estudo. Das 27 lojas que abrimos até o momento, nove foram em cidades onde nunca tivemos um restaurante. Caso de Cajamar, Pouso Alegre, Parnamirim, São João da Boavista. Quando pensamos em um novo restaurante, o tamanho sempre é de acordo com a necessidade da cidade e dos consumidores”, diz.

Marcelo Farrel, diretor geral da marca Bob´s, afirma que o ano de 2013 não poderia ser melhor para a marca. Segundo ele, o plano de expansão tem como base uma estratégia bem montada pelos controladores, no caso a BFFC, que permite a abertura de uma loja de apenas dois metros quadrados a uma mega operação em terrenos acima de dois mil metros quadrados. Mas a menina dos olhos da rede é mesmo o projeto de interiorização.

“Com diferentes tipos de lojas podemos chegar em regiões em desenvolvimento. Com isso, entramos hoje em cidades com 100 mil habitantes, com a garantia de capilaridade em todo o território nacional. Nossa média é de 150 a 200 lojas abertas por ano, nos últimos cinco anos”, diz.

A meta, afirma, é passar dos mil pontos de venda esse ano.E dependendo da cidade, o primeiro contato nem sempre é pelo sanduíche, mais por outro carro-chefe da rede, os milk shakes. Caso da unidade em Santo Antônio de Pádua, interior do Rio, onde foi aberto um Bob´s Shakes. A cidade tem 40 mil habitantes e a alimentação fora do lar não é algo comum.

Outra empresa que tem planos agressivos de crescimento é a americana Subway. A rede tem 1.235 unidades no país e a meta é fechar o ano com cerca de 1.350 unidades em funcionamento.

“Em dez anos, a expectativa é ter 8 mil restaurantes no Brasil. Nossa média é de 30% de crescimento ao ano no país e os planos são manter a expansão acelerada para 2014”, afirma Roberta Damasceno, gerente nacional da marca.

Com 410 restaurantes no país, a rede Giraffas quer abrir 23 lojas até o final de 2013. O foco é o Sudeste. Para garantir a preferência do consumidor, a marca investe em pratos regionais.

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