Protestos em Coari faz MPE pedir nova intervenção para o município

20-01coariManaus – Um novo pedido de intervenção de Coari foi encaminhado ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM).

A representação, de autoria do deputado estadual Luiz Castro (PPS), reúne uma série de denúncias de supostas irregularidades cometidas na administração da cidade. Um pedido também foi encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). A segunda solicitação de intervenção total de cidade ocorreu logo após a onda de protestos violentos, que resultou em depredações e prisão de 17 pessoas no município, que está localizado a 362 km de Manaus.

Segundo o parlamentar, o novo pedido foi protocolado na quinta-feira (15), acompanhado de diversos documentos e denúncias graves de desvio de conduta, improbidade administrativa e irregularidades na Prefeitura de Coari.

“Temos provas documentais de uma série de irregularidades. Não são apenas declarações e testemunhos. Apresentamos provas de nepotismo contra o prefeito Igson Monteiro, que é irmão do presidente da Câmara Municipal de Coari. Ele empregou o pai, a mãe, dois irmãos, duas irmãs e a cunhada em cargos comissionados. Isso mostra os desmandos. Mostramos também o presidente da Câmara estava no Rio de Janeiro, quando deveria está em Coari para substituir a ausência do prefeito”, revelou Luiz Castro.

Dessa vez, o propositor da solicitação espera a aprovação da intervenção total no município. “Embora não seja o primeiro pedido, a gente vem alertando sobre o enorme risco de uma tragédia em Coari. Na última vez, o Tribunal de Justiça alegou que não se satisfazia com documentação encaminhadas por nós e pelo Ministério Público, que segundo a interpretação do TJAM, faltavam provas concretas dos atos. Acredito que dessa vez a Justiça conceda um parecer favorável à intervenção. Esse clima de comoção, insatisfação e insegurança somam para que o Tribunal de Justiça, finalmente, compreenda a importância de autorizar essa intervenção”, avaliou o deputado.

Representação

O MPE-AM confirmou o recebimento da representação, que foi enviada à Secretaria-Geral na sexta-feira (16). O documento passará por análise do subprocurador-geral de assuntos jurídicos e institucionais, Pedro Bezerra Filho. Em seguida, o Grupo de Apoio Jurídico (GAJ) dará um parecer. Ele poderá arquivar ou dar prosseguimento ao pedido. Caso seja favorável, o Ministério Público deve encaminhar uma petição ao TJAM, que julgará pelo deferimento ou rejeição do pedido de intervenção.

“Estou esperançoso. O Ministério Público não está se conformando com o que apresentamos, o MP está agindo, está recolhendo mais provas em Coari e depoimentos de pessoas com salários atrasados, desmentindo o que o prefeito em exercício tem dito”, ressaltou Luiz Castro.

A reportagem tentou contato com o atual prefeito Igson Monteiro, mas as ligações não foram atendidas. A reportagem também contatou a Secretaria de Comunicação de Coari, mas não obteve sucesso.

O deputado estadual Sidney Leite (PROS), líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), também enviou pedido de intervenção à mesa diretora da Casa, na manhã desta segunda-feira (19). Segundo o deputado, problemas administrativos são apontados como motivos para a intervenção. O pedido deverá ser encaminhado ao governador José Melo (PROS).

O prefeito de Coari Igson Monteiro (PMDB) assumiu a gestão municipal depois que o ex-prefeito Adail Pinheiro foi preso acusado de chefiar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, em fevereiro de 2014. Antes companheiros de gestão, agora Igson e Adail trocam acusações.

Em entrevista a TV Amazonas no dia 15 de janeiro deste ano, Igson Monteiro disse que pessoas que não prestam serviços para a Prefeitura chegaram a se disfarçar de servidores municipais. Para ele, um ex-secretário de Coari teria incitado o protesto, e os crimes são uma demonstração de que o ex-prefeito da cidade Adail Pinheiro não aceita a saída do cargo. Monteiro negou atrasos de pagamentos.

O ex-prefeito Adail Pinheiro disse que Igson está atribuindo “irresponsavelmente e sem qualquer fundamento atos atribuídos a ele”. Adail nega ter laço, seja pessoal ou político, com o atual prefeito.

Amazonianarede – TVAM

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