Manaus – A Escola Municipal Nilton Lins, na zona Norte, está oferecendo, aos seus 600 alunos aulas práticas de noções de plantio de mudas por meio do projeto Horta Escolar.
A inciativa modelo faz parte do cumprimento da Hora de Trabalho Pedagógico (HTP) dos professores de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental da unidade, conforme aprovado em lei em maio deste ano.
A HTP deve ser usada pelo professor para refletir sobre a prática docente, planejar as aulas e participar de formações.
O pedagogo da escola, professor Walfredo Rego, explica que a ideia serviu para resolver duas questões: possibilitar a HTP dos docentes e ensinar os alunos a terem respeito e familiaridade com o meio ambiente. “Hoje nossos alunos comem, na merenda escolar, frutas e verduras plantadas aqui na horta da escola. Na semana passada, comemos um mingau de banana delicioso. Acredito que essa ideia foi inovadora, pois unimos o útil ao agradável, desenvolvendo uma atividade extracurricular interessante e importante, que ao mesmo tempo possibilita que o professor tenha sua HTP”, afirmou Rego que também é envolvido com as causas ambientais do Estado, e já possui cinco livros publicados sobre o tema.
O responsável pelas aulas práticas é o professor Williams Cunha, do 3º ano, que também é técnico agrícola. Segundo ele, a ideia da horta nasceu em 2013, mas se concretizou neste ano, por meio da parceria da escola com a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e Instituto Federal do Amazonas (Ifam), que forneceram as mudas e conhecimento técnico e teórico de plantação. A verba do Programa Mais Educação também possibilitou a compra de ferramentas, terra preta e adubos.
Espaço ocioso
A horta da escola Nilton Lins está instalada na lateral do prédio, num espaço com mais de 100 metros quadrados. O local tem plantas ornamentais, medicinais e frutíferas. No mês de setembro foram plantadas 12 árvores entre açaí, acerola, manga e cupuaçu. Além destas, há ainda pé de tomate, abóbora, cheiro-verde, cebolinha, pimentão, chicória e repolho. Os professores e alunos tomam chá de capim santo colhido no próprio jardim da escola. “O espaço era ocioso e utilizamos para algo interessante. Hoje, os alunos passam e dizem: essa árvore fui eu quem plantei”, relatou o diretor da escola, José Augusto Prazeres.
O aluno Klaymon Araújo, 9, aprendeu, na escola, como fazer todo o processo de semeadura, desde cavar até regar com água. Ele contou que na casa de sua avó, plantou uma parreira que está dando uvas. “Eu cuidei dela igual como aprendi aqui e ela já está dando fruta. Eu gosto de cuidar de plantas. Perto da minha casa tem um pé de tomate e eu todo dia vou lá regar”, disse.
Texto: Thiago Botelho – Foto: Lton Santos