Manaus – Sessenta e oito professores da rede municipal de educação participaram, na manhã desta segunda-feira, 29, do 1° Seminário Integrado de Formações Continuadas do Programa Escola da Terra. Os profissionais atuam em classes multisseriadas e do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental em escolas da zona rural, nas áreas rodoviária e ribeirinha.
O seminário é, na prática, a socialização dos trabalhos de campo desenvolvidos por professores e alunos em suas unidades de ensino. O encontro contou com o tema “A práxis da Educação do Campo” e foi realizado no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Semed), na avenida Mário Ypiranga Monteiro, Parque Dez, zona Centro-Sul da cidade.
A Escola da Terra é uma ação do Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), do Ministério da Educação (MEC) e ocorre na capital amazonense em parceria com a Prefeitura de Manaus, por meio da Semed.
O seminário é apenas parte do processo da formação continuada, cujas aulas começaram na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em junho deste ano e vão até março de 2015.
“Após o término do primeiro módulo foi proposto um seminário integrador dentro da metodologia da pedagogia da alternância. Aqui são apresentados todos os resultados desenvolvidos, de acordo com a temática proposta para realização do trabalho de campo. Nós contamos nesse evento com todos os diretores e pedagogos das escolas rurais, porque entendemos que mesmo que a unidade de ensino não tenha classe multisseriada, é importante que os profissionais participem desse momento de socialização.”, disse o tutor do Programa Escola da Terra, Mário Nunes de Moraes.
Com o projeto “Mandioca e agricultura camponesa”, o professor Márcio Jânio de Sousa Nobre, da Escola Municipal São Jorge, no baixo Rio Preto da Eva, na área rodoviária da cidade, elaborou seu projeto de acordo com a realidade da escola na qual trabalha. Segundo ele, os 35 alunos da Educação Infantil e do 1º ao 5º ano participam do projeto.
“Nosso trabalho foi baseado em cima das dificuldades que a comunidade passa hoje, ou seja, pela estagnação da mandioca no local. As famílias dependiam antes da mandioca para sobreviver economicamente. Com o surgimento de outras atividades agrícolas, como o abacaxi e maracujá, houve uma estagnação da mandioca. Por isso, resolvi desenvolver junto aos alunos e pais da comunidade a ideia para resgatar esse trabalho com a mandioca”, explicou.
A professora Moacina Moreira, da Escola Municipal São Sebastião 2, localizada na comunidade São Sebastião, região do Tarumã Mirim, no Rio Negro, apresentou o trabalho “Sustentabilidade e economia solidária no contexto ribeirinho”. Segundo a educadora, os 56 alunos da Educação Infantil e do 1º ao 9º ano tiveram uma boa participação dentro do projeto.
“Peguei um canteiro e comecei a fazer perguntas às crianças para que elas pudessem entender o que é sustentabilidade e como manter a escola, o patrimônio, a farda, a saúde e uma boa alimentação com o plantio de verduras no canteiro”, comentou, lembrando que trabalha também com alunos indígenas das etnias baré e tukano.
Texto: Paulo Rogério Veiga – Foto: Cleomir Santos