Manaus, AM – A tradição da procissão fluvial em hora a São Pedro, Padroeiro dos Pescadores, que há vários anos acontecia no Rio Negro, foi quebrada hoje a tarde, pela Marinha do Brasil. Segundo a Marinha, o evento foi cancelado por falta de segurança, um vez que as embarcações que participariam da romaria fluvial, não possuíam coletes para tosos os passageiros
Segundo a Arquidiocese de Manaus, Marinha impediu que os fiéis seguissem na balsa sem coletes salva-vidas. Para celebrar a data, uma missa ocorreu dentro da embarcação, que permaneceu ancorada no porto do Amarelinho. Outros cristãos fizeram uma pequena romaria pelo Rio Negro.
A concentração de fiéis começou por volta das 14h, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Rua Frei José dos Inocentes, no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus. Segundo a Polícia Militar, cerca de 1,7 mil fiéis seguiram em procissão terrestre até porto. No local, entretanto, a Arquidiocese enfrentou problemas para seguir com a celebração.
Celebração na balsa ancorada
Segundo o Padre Chicão, que participou da celebração, barcos de fiéis da Comunidade São Pedro, do bairro Compensa 3, Zona Oeste, que seguiram a balsa principal, deixaram o porto e realizaram uma pequena romaria para cel
“Todos as nossas procissões anteriores tiveram participação da Marinha. Neste ano nós mandamos quatro convites e eles não participaram. Mas não queremos confusão. Fizemos uma celebração linda dentro da balsa”, contou.
É a primeira vez que a procissão fluvial de São Pedro é suspensa em Manaus. A notícia surpreendeu os fiéis, como Genilza Santana Ribeiro, 63 anos. Seria a primeira vez que ela participaria da romaria pelo rio. “Fiquei triste, mas vale a fé. Para mim foi tudo de bom, vou ficar até o final mesmo no sol quente”, disse ela, que foi ao local com a amiga Célia Maria, de 57 anos.
Pela programação, os fiéis adentrariam a balsa e seguiriam o percurso que compreende a Ponte Rio Negro, o Porto do Chibatão e porto Amarelinho (retorno). Sem poderem sair pelo rio, uma celebração improvisada foi realizada no porto.
Durante a missa, o padre Amarildo Luciano refletiu, juntamente com os fiéis, sobre o ocorrido e a decisão de improvisar a celebração. “Vocês não imaginam como sofremos para chegar a decisão. Foi difícil para nós. Não deu certo como queríamos, mas deu certo assim”, contou.
Resposta da Marinha
A Marinha do Brasil comunicou por meio de nota que, devido ao descumprimento às Normas da Autoridade Marítima por parte da Coordenação da Procissão Fluvial de São Pedro, a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC) não autorizou a saída da balsa e do empurrador previstos para o evento.
Em comunicado à imprensa, eles informaram que a Marinha orientou organizadores do evento quanto o cumprimento das normas, em uma reunião na terça-feira (28). Durante o encontro, eles deveria apresentar certificação para o transporte de pessoas na balsa, dotar a embarcação de coletes salva-vidas para todos os passageiros e condutor habilitado para conduzir o comboio.
“No dia da procissão, a equipe de Inspeção Naval da CFAOC constatou que as orientações não foram atendidas. Portanto, em prol da segurança da navegação e, principalmente, pela salvaguarda da vida dos fiéis, não foi autorizada a saída da Balsa e Empurrador previstos para o evento”, finalizou a nota.
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