Brasília – A presidente da Petrobras, Graça Foster, será ouvida na CPI da Petrobras na próxima terça-feira (27), às 10h15. Será a segunda vez que a principal executiva da estatal comparecerá ao Senado para explicar denúncias de irregularidades na empresa, como as relativas à compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.
Ao falar às comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), em abril, Graça Foster reconheceu que a aquisição “não foi um bom negócio”. A executiva admitiu a perda de US$ 530 milhões no “teste do impairment” – conceito contábil que define a redução do valor recuperável de ativos.
Ainda na terça-feira, a CPI deve votar cinco requerimentos. Um deles, apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), pede a convocação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele participou do negócio de Pasadena e integrava o Conselho de Administração da Refinaria Abreu e Lima. Paulo Roberto estava preso até a última segunda-feira por envolvimento na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investigou um esquema de evasão de divisas, com volume estimado em cerca de R$ 10 bilhões.
A CPI deve votar também na terça-feira requerimentos que pedem acesso à documentação da Operação Lava Jato, bem como a cópias de processos em análise no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que tratam da troca de ativos entre a Petrobras e a Repsol YPF, no caso da Refinaria de Bahia Blanca.
Na quinta-feira (29), a CPI da Petrobras vai ouvir o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge e o ex-diretor Internacional da Petrobras, Jorge Zelada.
CPI versus CPMI
Os depoimentos de quinta-feira da CPI da Petrobras poderão coincidir com o início dos trabalhos de outra comissão parlamentar de inquérito para investigar a Petrobras. A CPI mista – com deputados e senadores – só depende da indicação de seus últimos membros, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, já disse que fará as escolhas até terça-feira, se os partidos não o fizerem.
– Acabou o prazo para que os líderes indiquem os nomes da CPI mista da Petrobras. Na terça-feira, observando o mesmo prazo que observei no Senado, nós vamos indicar os nomes dos partidos que não indicaram. A partir daí, será feita a instalação, a eleição do presidente, a designação do relator e a aprovação do plano de trabalho – afirmou Renan.
O presidente da CPI da Petrobras no Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), garantiu não haver problemas no funcionamento simultâneo de duas comissões com o mesmo objeto de investigação.
– A CPI do Senado tem uma obrigação e o seu destino não pode ser vinculado à CPMI. A CPI do Senado foi proposta por membros da oposição, que provocaram o Supremo Tribunal Federal para vê-la instalada. Temos os nossos prazos, as nossas responsabilidades e nossos compromissos com o país. Não podemos, simplesmente, por ter outra comissão parlamentar de inquérito constituída, esquecer que houve um requerimento e que houve um grande debate nacional pela implantação da CPI do Senado.
Informações da Agência Senado