Zurique (Suíça) O escândalo envolvendo a Fifa tem movimentado a cidade de Zurique. No início da tarde desta quinta-feira, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, deixou o hotel de luxo Baur au Lac e está voltando ao Brasil.
Assim, o mandatário abandonou o 65º Congresso Anual da Fifa pouco depois de seu começo. Além disso, não acompanhará, nesta sexta-feira, as eleições presidenciais da entidade, que podem culminar na reeleição de Joseph Blatter e no aumento da crise na instituição. Del Nero, inclusive, revelou que apoiaria o suíço.
O retorno do dirigente ocorre justamente um dia após a prisão de sete membros da Fifa pelo FBI. Um deles é José Maria Marin, ex-presidente da CBF e Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo 2014, um dos acusados de participar de um esquema de pagamento de propina relacionado à transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e nos Estados Unidos.
Del Nero não tem seu nome citado no relatório da Justiça americana, mas seria um dos suspeitos de integrar o esquema de corrupção. Em dois arquivos do FBI, um dos envolvidos é definido como membro do alto escalão da Fifa, da Conmebol e da CBF, descrição que se encaixa no perfil do mandatário.
No Brasil, a CBF tem vivido um clima de tensão em função da crise no futebol mundial após as prisões feitas pelo FBI. No Senado Federal, o ex-jogador Romário foi líder no recolhimento de assinaturas para o início de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da entidade.
Ao mesmo tempo, a ordem na CBF é ajudar as autoridades em investigações. Durante a quinta-feira, a entidade garante ter apresentado ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, “de forma espontânea”, os contratos comerciais firmados nas gestões anteriores à de Marco Polo Del Nero. A parceria com a Nike, fornecedora de material esportivo, está entre os acordos mais questionados.
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