Prefeitura de Manaus lança Rede Saúde Manauara

(Foto: Altemar Alcântara)

O prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto lançou nesta sexta-feira, 11, a Rede Saúde Manauara.

O evento aconteceu no auditório Eulálio Chaves, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado na Avenida General Rodrigo Octávio, nº 6.200, Coroado I, das 8h às 12h, e também contou com o secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, a secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Goreth Garcia Ribeiro, e do secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.

Este novo programa pretende estabelecer uma nova forma de executar as ações de saúde no município de Manaus, buscando a integração dos serviços, fortalecendo Atenção Primária, onde é realizado o primeiro atendimento à população e que tem capacidade para resolver cerca de 80% das necessidades e problemas de saúde.

O prefeito Arthur Neto destacou a importância do lançamento da Rede Saúde Manauara como uma forma de marcar o novo momento da área da saúde no município de Manaus, onde a meta é ampliar o acesso da população aos serviços de Atenção Primária à Saúde.

“A Prefeitura de Manaus vai construir 40 novas Unidades Básicas de Saúde, com três ou quatro equipes de Saúde da Família, todas funcionando em horário ampliado. Serão reformadas 45 Unidades de Saúde e que serão adequadas ao novo modelo. Também serão ampliadas 28 Unidades de Saúde, sendo 18 na área rural. Será iniciada a construção de 15 Academias de Saúde, nos próximos três anos”, informou Arthur Neto, lembrando que serão investidos R$ 70 milhões de recursos municipais e R$ 80 milhões do Governo Federal.

O secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, explicou que a Rede Saúde Manauara vai impedir que muitas pessoas lotem os hospitais, pois vão poder resolver a maioria dos problemas nos bairros, em unidade de saúde. “O objetivo central é qualificar o atendimento em saúde, expandir o acesso aos serviços para atender no mínimo 70% da população por meio da Estratégia Saúde da Família, e integrar as ações para oferecer um atendimento integral aos usuários do Sistema Único de Saúde”, explicou Melo.

Para o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o lançamento da Rede Saúde Manauara representa um momento importante para Atenção em Saúde, não somente para o município, mas também para todo o estado do Amazonas. “O estado e o município mantinham sistemas de saúde discordantes, mas com a Rede Saúde Manauara a expectativa é que ocorra a integração das ações que são desenvolvidas, trazendo benefícios diretos para a população”, afirmou Wilson Alecrim.

Mais qualidade

O lançamento da Rede Saúde Manauara é um dos resultados do trabalho de consultoria executado pelo sanitarista Eugênio Vilaça, responsável pelo processo de reordenamento da Atenção Primária à Saúde em Manaus, que vem sendo executado desde o início do ano com a meta de melhorar a qualidade do atendimento e garantir um melhor acesso da população aos serviços de saúde.

A partir da consultoria foi realizado um diagnóstico dos serviços de saúde em Manaus, onde foram detectados problemas como a redundância e fragmentação na oferta de serviços nos Estabelecimentos de Saúde, falta de comunicação entre a rede de atendimento, ausência de padronização nos atendimentos, dificuldades para atender a demanda espontânea e a falta de classificação de risco, que determina a urgência ou não do atendimento.

“Para superar todos esses problemas é preciso alterar o modelo de Atenção Primária em Saúde que vem sendo utilizado em grande parte do país e que não vem se mostrando capaz de resolver 80% dos problemas de saúde da população, provocando sobrecarga nos outros níveis de atenção, de média e alta complexidade”, ressaltou Evandro Melo.

A maior preocupação da Semsa é, a partir da Rede Saúde Manauara, fortalecer a Atenção Primária como ordenadora e coordenadora do cuidado em saúde em todos os níveis de atenção, buscando promover a resolução dos problemas da chamada tripla carga de doenças que atinge a população em Manaus: doenças agudas (Doenças transmissíveis como Influenza e Dengue, Doenças inflamatórias ou infecciosas como Apendicite e Amigdalite); doenças crônicas, que têm longa duração ou são condições permanentes para os pacientes, e exigem ações contínuas e integradas da rede de saúde em todos os níveis de assistência (Ex: diabete, hipertensão arterial, cânceres, doenças respiratórias e cardiovasculares); e as doenças ocasionadas por causas externas (acidentes de trânsito e violência).

Saúde da Família

A principal estratégia da Rede Saúde Manauara para organizar a Atenção em Saúde é expandir a cobertura de atendimento da Estratégia Saúde da Família, saindo dos atuais 40% para o mínimo de 70% da população que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde em Manaus, até 2016. Os outros 30% da população têm plano de saúde ou utilizam o sistema privado de saúde.

“O desafio é fazer com que a população receba atendimento em uma Unidade Básica, localizada próximo da sua casa, vinculada a uma equipe de profissionais qualificados, protegida por uma rede que ofereça serviços de saúde que realmente resolvam os problemas, mas que garanta, quando necessário, o acesso aos outros pontos de atenção para complementar seu atendimento”, informou Melo.

A vinculação de 70% da população a uma Unidade Básica de Saúde vai facilitar o trabalho de promoção da saúde e de prevenção às doenças. As famílias serão cadastradas por uma equipe de Saúde da Família, com informações sobre histórico médico e situação da família, buscando o diagnóstico precoce das doenças, promovendo um estilo de vida saudável e combatendo hábitos como o uso do cigarro.

Para atingir essa meta, a Prefeitura de Manaus também pretende construir ao menos cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e um Centro de Especialidade Odontológica (CEO), além dos três CEOs já existentes. Também serão construídas duas unidades de Pronto Atendimento do município. As Policlínicas serão formatadas e colocadas em locais de mais fácil acesso. O SAMU será ampliado e melhorado, deixando de ser apenas municipal, para atender toda a região metropolitana.

Prioridades

Com o diagnóstico sobre a situação de saúde no município de Manaus, foram definidas cinco questões prioritárias para intervenção: redução da morbimortalidade (adoecimento e morte) materno-Infantil, redução da morbimortalidade por câncer de colo de útero e câncer mama; redução da mortalidade por causas externas (violência e acidentes), redução da morbimortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes, e redução da morbimortalidade por doenças endêmicas.

Para atender a esses objetivos estratégicos, a Semsa irá fortalecer a Atenção à Saúde da Criança e da Mulher, a Atenção à Urgência e Emergência, a Atenção às Condições Crônicas e a Atenção às Doenças Endêmicas. “O fortalecimento desses serviços vai permitir atingir a meta de resolver pelo menos 80% dos problemas de saúde da população na Atenção Primária. São questões que irão exigir ações integradas de diferentes instituições”, explicou Evandro Melo.

O secretário cita como exemplo a mortalidade infantil que, mesmo tendo registrado uma redução de 41% nos últimos dez anos em Manaus, ainda está acima do considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda um índice de mortalidade infantil abaixo de 10 óbitos para cada mil nascidos vivos. “Em 2012, o índice ficou em 13,36 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas, sendo que 70% dessas mortes ocorrem por causas evitáveis, entre elas, falta de atenção adequada à mulher durante a gestação, no parto e também ao feto e ao bebê. Além desses fatores, a mortalidade infantil também está associada à educação, ao padrão de renda familiar, ao acesso aos serviços de saúde, à oferta água tratada e esgoto e ao grau de informação das mães”, descreve Evandro Melo.

Para o consultor Eugenio Vilaça, as evidências mostram que as Redes de Atenção à Saúde produzem benefícios como: melhores resultados sanitários entre pacientes com condições crônicas, reduzem a referência dos pacientes a especialistas e aos hospitais, aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde e aumentam a satisfação das pessoas que usam o sistema de saúde.

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