O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, se reuniu, nesta quinta-feira, 4, no Palácio Rio Branco, Centro, com representantes do Sindicato dos Rodoviários do Amazonas para conseguir um acordo entre os trabalhadores e os empresários do sistema de transporte urbano, a fim de evitar que a população sofra com novas paralisações.
Ao fim da reunião, os rodoviários concordaram em não paralisar o sistema, enquanto o prefeito pedirá ao sindicato patronal que atenda a pelo menos duas cláusulas do dissídio coletivo aprovado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e deixe que as demais tramitem normalmente no Tribunal Superior do Trabalho (TST). “A ideia foi bem aceita por eles. Já me reuni com os rodoviários, depois, em um outro momento, vou me reunir com os empresários, para que depois façamos uma reunião com todos juntos. Aí faremos um pacto, um acordo bom para todas as partes”, adiantou.
Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, o prefeito tem ajudado, atuando nas intermediações entre os trabalhadores e o sindicato patronal para evitar grandes conflitos. “Em uma atitude republicana, o prefeito Arthur Neto abriu as portas da prefeitura, como sempre, e atendeu o sindicato. Tivemos um diálogo muito saudável, muito importante, do qual quem vai sair ganhando serão os trabalhadores, os usuários do transporte coletivo e a cidade de Manaus como um todo”, comentou.
Arthur Neto adiantou que deve constar no acordo o comprometimento dos rodoviários em não realizar sucessivas greves, que, segundo ele, desgastam tanto os trabalhadores, quanto os usuários do transporte coletivo. O prefeito também propôs que os empresários e a prefeitura atuem em conjunto para aperfeiçoar o sistema.
A prefeitura se comprometeu, ainda, em cobrar junto com outros prefeitos das grandes cidades a desoneração da cadeia produtiva dos ônibus para tornar mais barata a renovação da frota e fazer com que o sistema fique menos caro. “Vamos cobrar que a Presidência da República repasse a arrecadação da Contribuição Sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para as mãos das prefeituras, de modo que, com isso possamos subsidiar as tarifas”, disse.
De acordo com o prefeito, a prefeitura vai continuar a lutar para implantar os corredores exclusivos para aumentar a velocidade média dos coletivos e, consequentemente, desonerar os impactos sobre as tarifas. Para isso, é preciso a implantação de um novo modal, que será decidido em parceria com o Governo do Estado. “Tudo indica que será o Bus Rapid Transit (BRT). A prefeitura do Rio de Janeiro vai nos enviar técnicos e nos fazer uma exposição do modelo. Lá (no Rio) funciona. Aqui nós podemos fazer a mesma coisa, mas incluindo e fazendo alterações nos projetos iniciais. Para isso é preciso receber recursos federais”, destacou.
Texto: Carla Albuquerque
Foto: Mário Oliveira/Semcom