Prefeito ameaça cortar subsídios ao transporte público se irresponsabilidades continuarem

Arthur Neto - Prefeito de Manaus
Arthur Neto - Prefeito de Manaus
Arthur Neto – Prefeito de Manaus

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, disse nesta quarta-feira, 7, que não vai mais tolerar “molecagem” e comportamentos de “criança mimada” por parte dos representantes dos setores do Transporte Coletivo, em Manaus, e está disposto a cortar os subsídios ao transporte, caso haja novos descumprimentos de acordos e atitudes irresponsáveis. Direto da Suíça, onde manteve encontro com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, Arthur deu entrevistas para rádios locais quando reafirmou sua disposição em jogar mais pesado.

“Se não andarem na linha eu cortarei o subsídio dado às empresas, que tecnicamente mantém a tarifa em R$ 2,75, a mesma praticada desde 2011. Deixo claro que não darei reajuste da tarifa e quaisquer prejuízos serão arcados pelos empresários”, determinou o prefeito.

Ainda segundo Arthur Neto o transporte coletivo é um empreendimento de alta nevralgia popular, por isso não irá mais tolerar atitudes irresponsáveis. “Digo, claramente, aos empresários que parem com molecagem, caso contrário vão se dar muito mal comigo. Parem de agir como crianças mimadas ou serão castigados como tal“, engrossou.

O prefeito disse ainda que se sentiu traído por empresários e rodoviários. “Recebi representantes das duas partes na minha casa, como amigos, e ambas se comprometeram em não prejudicar mais a cidade. Estou me sentindo apunhalado pelas costas, primeiro pelo Sindicato dos Rodoviários que me garantiu que não faria nova paralização enquanto eu estivesse fora de Manaus, até porque fui avalista do acordo entre trabalhadores e patrões e me comprometi em forçar o cumprimento das propostas. Segundo, pelos donos das empresas, que se comprometeram com uma coisa e fizeram outra”, declarou Arthur por telefone.

Apesar do acordo firmado, durante a última paralisação dos rodoviários, em abril, a cidade foi surpreendida nesta madrugada com a greve parcial do sistema, que retirou de circulação ônibus de cinco empresas. O Sinetram informou que a greve foi motivada pelo corte, em folha de pagamento, do dia parado durante a greve geral do dia 7 de abril.

De acordo com o prefeito, ele pediu o imediato retorno dos cobradores e motoristas ao trabalho e afirmou que essa será a última vez que as empresas do Sistema de Transporte Coletivo deixarão de cumprir as regras trabalhistas sob pena de severas punições.

Normalização

Por volta das 7h30, as linhas paralisadas já começavam a sair das garagens, depois que o superintendente municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho, conversou com os empresários para que cumprissem com o prometido e repassassem o valor descontado aos seus funcionários.

“Essa foi a determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto e será cumprida. Ainda hoje e, no máximo, até amanhã (quinta, 8) os rodoviários receberão o dia de trabalho que foi descontado”, esclareceu. “Os demais pontos debatidos na última reunião entre os representantes, como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reajuste salarial e da cesta básica, serão definidos durante o dissídio, por meio de decisão judicial”, finalizou Pedro Carvalho.

Segundo a SMTU, a média diária de passageiros nas cinco linhas paralisadas é de 400 mil usuários. Ao todo, 760 veículos deixaram de circular nas primeiras horas desta quarta-feira, sendo 211 da empresa Via Verde, que atende às zonas Oeste e Centro-Oeste; 94 da Líder, que atuam nas zonas Norte e Centro-Sul; 133 da empresa São Pedro, zonas Oeste e Centro-Oeste; 235 da Global, atingindo principalmente os usuários da zona Leste; e 87 ônibus da Veja, que atende às zonas Centro-Sul, Norte e Sul.

Reportagem: Alita Falcão

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.