Iranduba, AM – A técnica de enfermagem Maria Madalena de Jesus Souza, 55, agora prefeita em exercício de Iranduba, com afastamento do titular Xinaik Medeiros, que está preso em Manaus, acusado de corrupção, em entrevista afirmou que após ter vencido a eleição no município junto com Xinaik, mas em nenhum momento foi respeitada e considerada por ele, por isso nunca teve o menor espaço desde o primeiro momento na administração, mesmo na condição de vice-prefeita legalmente eleita.
Madalena afirmou que desde 2012, era impedida pelo prefeito de forma desrespeitosa e arbitrária de exercer a sua função na administração do município, por pura decisão do então prefeito, agora, afastado e preso,que chegou ao ao cúmulo de mandar trocar a fechadura do seu gabinete na Prefeitura. “Na verdade eu era vice-prefeita de araque, apenas no papel, porque na prática, Xinaik parece ter extinguido o cargo, me tirando qualquer possibilidade de participar da administração”.
Revoltada, a técnica de enfermagem, que é servidora pública, agora prefeita, revelou que como política tinha muitos sonhos para o município e o primeiro passo para materializar esses sonhos, seria iniciar projetos em benefício da zona rural, mas afirmou que esses sonhos foram todos barrados por Xinaik, que a alijou de todo o processo administrativo e político do município. “Eu não era ouvida e nem cheirada para nada, na verdade, a função de vice-prefeita nunca exerci por falta de oportunidade e espaço”.
Plano de Governo
Mulher benquista na cidade, lembrou com tristeza do Plano de Governo que a chapa pregava na campanha política, onde ela, na condição de vive-prefeita, teria um papel importante na administração, o que na pratica não aconteceu pelo alijamento arquitetado por Xinak Medeiros e seus comparsas.
Na campanha política, era anunciado ao povo, que ela ficaria encarregada de tocar política rural do município e seria a responsável pelo mais importante distrito de Iranduba, o Cacau Pereira, a rodovia Manoel Urbana e as áreas rurais do Rio Nero e nada disso aconteceu.
“O Sr. Xinaik me alijou da administração e agora, como prefeita em exercício, farei o que puder para trabalhar pela cidade e pelo povo que foi abandonado pela administração e por isso, passa por sérios problemas. Vamos tentar consertar alguma coisa, com ajuda de Deus e do povo, tomara que tenhamos sucesso”, afirma.
Madalena, com ar de revolta afirma que não tinha o menor espaço na Prefeitura, mesmo tendo sido eleita vice-prefeita. “Não tinha direito a amada e cheguei a passar cerca de seis meses sem chance ter um contato pessoal com o prefeito, porque era evitada por ele”.
Corrupção
Ela lamenta profundamente os desvios de recursos públicos do município com ao esquema de corrupção que foi flagrada e diz que desconfiava de muitas coisas, que no seu entendimento não caminhavam de forma coreta, mas como não tinha provas, não formalizou uma denuncias. “ Não tinha provar provas, que pudesse mostrar indícios das irregularidades”.
“Sem provas fiquei calada, mas desconfiava que existissem muitas coisas erradas que agora estão sendo descobertas pelo Tribunal de Constas do Estado, antes tarde do que nunca”, afirma.
Disse ainda que conversava com amigos e familiares, sobre a desconfiança de corrupção, mas como não tinha provas, fiquei calada, caso contrária o Sr. Sinaik poderia me processar por danos morais, calunias e difamação e eu não teria com provar as denuncias, por isso não denunciei”.
Mudança necessária
“Logo que assumi a Prefeitura, quando comecei a ter acesso a alguns documentos, descobri uma lista grande de servidores fantasmas, que recebiam salários que variavam de R$ de 1 a 7 mil, sem trabalhar e o jeito, foi exonera-los, em nome da decência e da moralidade”.
Com relação às exonerações dos secretários, a prefeita, garantiu que a medida foi necessária. “As exonerações não foram por incompetência, e sim por uma necessidade de se arrumar a casa, que estava uma desordem total”.
Quando a poeira sentar mais um pouco e as coisas começarem a ganhar normalidade no município, não descartou a recondução aos cargos de alguns secretários exonerados. “Alguns, certamente retornarão num futuro próximo” – disse.
Garantiu também, que a caça de servidores “fantasmas” ainda não terminou e os caçados serão demitidos.
Auditoria
A prefeita em exercício de Iranduba anunciou que vai solicitar oficialmente ao Tribunal de Contas do Estado uma completa auditoria no município, envolvendo todas as secretarias.
“Gosto das coisas certas e transparentes por isso, vou colicitar a auditoria, para poder então colocar os pingos nos is. Quem errou vai pagar. Não assumi a Prefeitura para compactuar com safadezas e muito menos corrupção. Já tenho algumas denunciais em andamento e que serão oportunamente encaminhadas ao Ministério Público, mas no mento ainda não posso divulga-las, até para não atrapalhar o andamento das investigações internas”.
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