Manaus, AM – A crise econômica que passa o Brasil, caiu com força no Polo Industrial de Manaus, (PIM) atingindo de forma acentuada a produção de um modo geral, especialmente o Polo de Duas Rodas, que fechará o ano no vermelho, apresentando quedas produção e faturamento.
O setor, que possui a produção concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), deve fechar 2016 com queda de 29,5% na produção, em relação a 2015.Foto: Sandro Pereira
Pela primeira vez nos últimos 13 anos, o Polo de Duas Rodas de Manaus vai encerrar o ano com menos de 1 milhão de motocicletas produzidas. Este é o quinto ano consecutivo de desempenho negativo. O setor sofre queda sobre queda, desde 2012.
A perspectiva para 2017 não é animadora. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, que apresentou, nesta, quarta-feira (14), o balanço do segmento em Manaus, que já perdeu 2,7 mil empregos só este ano.
O setor, que possui a produção concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), deve fechar 2016 com queda de 29,5% na produção, em relação a 2015. As vendas no varejo e atacado devem cair 26,5% e 27,7%, respectivamente.
O último ano em que o segmento registrou crescimento foi em 2011, quando foram produzidas 2,13 milhões de motocicletas, 16,3% a mais que as 1,83 milhão de motos de 2010. Nas vendas no atacado (para as concessionárias), o incremento em 2011 foi de 12,7%. Já no varejo (para o consumidor), o crescimento foi de 7,77%.
O ano de 2011 foi também o último ano em que o Polo de Duas Rodas conseguiu ultrapassar a marca de 2 milhões de motos produzidas. Nos anos que se seguiram, os dados da Abraciclo mostram que a produção vem despencando.
Quedas
Em 2012, a produção caiu para 1,69 milhão. Em 2014, a produção já estava em 1,51 milhão. Em novembro deste ano, a produção acumulada ficou em 854,8 mil. A estimativa é fechar o ano com 890 mil motos, queda de 29,5%.
“De fato a gente vem experimentando quedas sucessivas. Esse ano de 2016 todo mundo esperava que houvesse uma recuperação, mas infelizmente, isso não aconteceu”, disse o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
A redução do consumo nas classes C, D e E, principais compradores de motocicletas, pesou sobre o resultado. A queda no varejo de motos de até 160 cilindradas até novembro foi de 28,28%, em relação ao ano passado.
A perspectiva para o próximo ano também não é boa, segundo avaliação do presidente da Abraciclo. A produção deve ficar em 910 mil, apenas 2,2% maior do que 2016. O atacado deve ter venda de 825 mil, com queda de 4,1% sobre este ano. Para o varejo, estimam-se 890 mil motos vendidas, ou 1,1% inferior ao registrado este ano.
“Esse impacto negativo a gente espera que seja suplantado a partir do momento em que a economia brasileira reagir e a sociedade de uma forma geral comece a ter mais confiança no futuro do País. De qualquer forma, 2017, em linhas gerais, eles devem ser estáveis em relação a 2016″, afirmou Fermanian.
O fato dos produtos produzidos na Zona França serem bens-duráveis também pesa no momento de recessão. “É um produto durável, que requer um investimento maior do consumidor, ele bate na escassez do crédito”, avaliou o vice-presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, que ontem assumiu a presidência do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Sinmem).
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