Amazonianarede – Assessoria
Manaus – A legalização de insumos utilizados pelo Polo Cerâmico-Oleiro, situado na Região Metropolitana de Manaus, nos municípios de Iranduba e Manacapuru, às margens da rodovia Manoel Urbano, será amplamente discutido ainda no decorrer deste mês por autoridades de mais de vinte órgãos ligadas aos governos municipais, estadual e federal, estudando providências sobre novas alternativas de insumos energéticos, a legalização das áreas, produção, consumo de lenha, transporte e outros aspectos importantes ligados ao setor.
Essa discussão ocorrerá em função de uma proposta do líder do Governo na Assembleia Legislativa do Estado, deputado Sinésio Campos (PT) e ocorrerá possivelmente durante uma audiência Pública, na Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás e Energia, da Assembleia Legislativa do Estado (ALEAm), presidida pelo parlamentar petista.
Os municípios de Iranduba e Manacapuru concentram os maiores polos cerâmicos estruturais do Amazonas, formados pelos polos cerâmicos do Ariaú, Cacau Pirêra e Iranduba, onde se encontram instaladas 27 empresas. Metade destas fica no polo de Cacau Pirêra, na margem direita do rio Negro, em frente à cidade de Manaus.
Em sua justificativa, o deputado afirmou que a produção de cerâmica vermelha (tijolos e telhas) constitui-se em uma das principais atividades econômicas da região, e tem como maior produtor o município de Iranduba.
São cerca de 10 milhões de tijolos por mês, ou seja, 80% de toda a produção de cerâmica vermelha do Estado. A atividade gera 2.000 empregos diretos e indiretos, abrangendo 6.000 trabalhadores entre prestadores de serviços e fornecedores, e é fundamental para o desenvolvimento do setor da construção civil, tanto na capital quanto em toda Região Metropolitana de Manaus.
Entre os inúmeros gargalos do setor, destacam-se o alto custo do insumo energético, a dificuldade para a legalização da lenha, derivados consumidos e a baixa eficiência dos fornos.
O insumo mais utilizado pelas empresas para fabricação de tijolos e telhas, além da argila, continua sendo a lenha e derivados, provenientes, em sua maior quantidade, de áreas não autorizadas pelos órgãos ambientais, fato que vem causando insegurança e intranquilidade a trabalhadores, empresários e consumidores.
Sem a legalização, fica caracterizado crime ambiental e o setor corre novamente o risco de se tornar alvo de operações de órgãos ambientais em conjunto com a Polícia Federal, como a operação “Fogo Limpo”, deflagrada em novembro de 2008, que autuou e fechou inúmeras olarias, que utilizavam lenha ilegal, oriunda de áreas não autorizadas pelos órgãos ambientais.