Aprovado mediante discórdia na Câmara Municipal de Boa Vista, o Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade Urbana ainda não saiu do papel.
O projeto autorizou o poder executivo a contratar recursos junto ao Ministério das Cidades para executar várias iniciativas de melhoria na estrutura organizacional da Capital, no entanto, até o momento, nenhuma mudança foi percebida pela população.
Conforme o Portal da Transparência do Governo Federal, neste ano, o Ministério das Cidades fez oito repasses cujo convenente é o Município de Boa Vista, num total de R$ 3.312.16 milhões, referentes a convênios para diversas obras como drenagem, pavimentação, recapeamento, construção de calçadões entre outros. No entanto, nenhuma das liberações recentes cita, especificamente, a destinação a obras de mobilidade urbana, construção de paradas de ônibus, ciclovias, entre outros anunciados.
Segundo o que a Prefeitura de Boa Vista anunciou à época, os recursos de R$ 64 milhões seriam aplicados na organização do trânsito e nos equipamentos de acessibilidade. O termo de contrato com a Caixa Econômica Federal (CEF) foi assinado em fevereiro deste ano.
Na concepção, o plano inclui a construção de 750 abrigos de ônibus simples; 100 abrigos climatizados; reforma do Mini-terminal Luiz Canuto Chaves; 22 km de asfaltamento; construção de quatro pontes que farão a ligação entre os bairros da Capital; implantação de 44 km de calçadas e ciclovias, além de sinalização horizontal e vertical. “O plano prevê ainda a organização do trânsito por meio da construção de pistas exclusivas para o tráfego de ônibus, motos e táxis-lotação. A previsão da Prefeitura é dar início às obras em 2014”, disse a prefeitura em material jornalístico divulgado na ocasião. O senador Romero Jucá (PMDB) chegou a anunciar que os recursos estariam garantidos para a realização da obra.
No entanto, o ano de 2014 está quase acabando e dos anúncios acima, apenas algumas melhorias pontuais. Para os moradores, dentre as melhorias anunciadas, as do sistema de transporte público são as mais urgentes.
Falta de estrutura dificulta vida de usuários de transporte coletivo
A vida de quem precisa utiliza o transporte público em Boa Vista não é fácil. A falta de cobertura e de bancos em pontos de ônibus do transporte coletivo em Boa Vista é motivo de reclamação de moradores.
Segundo os usuários do serviço, com a falta de estrutura nos locais de embarque e desembarque, não há conforto durante o tempo de espera. Em dias de chuva, por exemplo, eles acabam se molhando se não estiverem preparados com guarda-chuva e sob o forte sol roraimense, a espera se torna ainda mais longa.
Além do desconforto de esperar por vários minutos, e até por horas, no caso dos fins de semana, os usuários também se queixam da falta de segurança. O risco de assaltos nas paradas do centro e nos bairros preocupa as pessoas que precisam do transporte coletivo diariamente. Pontos de ônibus do centro da Cidade são os mais propícios para ação dos assaltantes, principalmente por estarem em locais pouco iluminados.
Segundo o técnico em enfermagem Carlos Henrique Gomes, que precisa pegar ônibus e utiliza diariamente uma parada de ônibus localizada no Centro da Cidade, no início da avenida Mário Homem de Melo, apesar de estar no Centro, o local fica perto de um grande terreno encoberto pelo mato, e que, além disso, não tem iluminação, o que facilita a ação dos assaltantes. “Aqui não há segurança. Estudo aqui perto e não tenho alternativa para pegar ônibus. Aqui eu já vi várias ações de ladrões”, relatou.
Para a dona de casa, Elizete Silva, o perigo aumenta por causa da demora do ônibus. “A gente tem que passar muito tempo aqui, porque o nosso ônibus demora demais e isso ajuda a ação dos bandidos”, explicou a dona de casa.
Ainda conforme relatos de populares, a maioria dos suspeitos de assaltos são usuários de drogas que vivem nas praças. (Y.L)
Fonte: Folha BV
