Pesquisadores falam em Manaus sobre os cálculos da sustentabilidade

As economias de livre mercado não conseguem traduzir os anseios e desejos da sociedade contemporânea. A produção de riqueza medida unicamente a partir do Produto Interno Bruto (PIM) é incapaz de revelar os aspectos daquilo que não é computado.

Nos países desenvolvidos, a preocupação com uma percepção mais clara e objetiva da produção de riqueza é tema central de pesquisadores que se dedicam a descobrir e revelar novos métodos e caminhos para analisar o impacto da ação do homem nas mudanças climáticas. Tema que afeta diretamente setores de primeiro impacto como a agropecuária, mineração e geração de energia.

Para debater tais assuntos, em setembro, estará em Manaus o professor do Instituto de Ecologia Social da Universidade de Viena, doutor Helmut Harberl, um teórico empírico da relação sociedade-natureza e desenvolvimento sustentável que, nos últimos anos, liderou projetos com foco nas relações entre metabolismo socioeconômico e mudanças no uso da terra.

Ele será um dos palestrantes do 20º Congresso Brasileiro de Economia (CBE), que acontece entre os dias 4 e 7 do próximo mês no Tropical Hotel, sob o tema ‘Economia Verde, Desenvolvimento e Mudanças Econômicas Globais’.

Helmut Harbert estuda os impactos da apropriação humana dos recursos naturais. Seus trabalhos resultam em centenas de artigos científicos que já foram publicados nas revistas mais importantes do mundo científico.

Produção de riquezas

Ainda para falar sobre os aspectos gerais que envolvem a produção de riqueza, estará também no CBE o mestre em economia pelo Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais, e gerente de modelos e métodos na coordenação de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ricardo de Moraes.

Ele irá palestrar sobre os novos modelos de gestão do equilíbrio economico-ambiental e o desafios para sua implementação no cenário nacional. “Pretendo falar sobre o que já está sendo feito e o que ainda precisa ser feito. Também vou explicar o PIB, através de uma estimativa ajustada para o esgotamento dos recursos naturais e do estoque dos ativos ambientais”, ressalta Moraes.

Ricardo de Moraes vai revelar as bases de dados, apurados pelo IBGE, em suas mais diversas variações, ativos e passivos para demonstrar a importância de uma nova medição, cujo resultado final irá mensurar o Produto Interno Líquido (PIL).

“Para chegar lá, é preciso ter bases de dados com a quantidade e a variação no estoque desses ativos, é preciso avaliar esses ativos, pois muitos não são negociados no mercado, não têm um preço de mercado e é preciso ter uma medida de renda que desconte a depreciação dos ativos fixos da economia (máquinas, prédios e ativos financeiros), além de incluir as contas por emissões de gases, consumo de água e energia de cada cidadão”, salienta.

(Texto: Assessoria)

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