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Carauari, AM – O Governo do Estado, por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), comemora os resultados do manejo de pesca no Lago Samaúma, localizado na Reserva Extrativista do Médio Juruá, no rio Juruá, município de Carauari (a 778 km de Manaus), onde foram capturados pirarucus e tambaquis manejados que somaram mais de duas toneladas.
A atividade beneficiou os membros da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc) com a oferta do produto e a população do município com o consumo a preço acessível.
O incentivo ao manejo de pescado e a aquicultura é uma política de desenvolvimento do Governo Omar Aziz. Para o governador, “são as principais atividades para gerar emprego no interior do Estado com mercado garantido”, conforme expressou em sua visita ao Ipaam, na última quarta-feira, dia 26 de setembro.
De 11 a 20 de setembro de 2012, o técnico da Gerência de Controle de Pesca do Ipaam, Gelson Batista, atendendo solicitação da Asproc, esteve na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uacari e Resex do Médio Juruá, município de Carauari, para acompanhar e orientar os trabalhos de contagem e despesca de pirarucu nas referidas Reservas.
O manejo é realizado pelas comunidades Morada Nova (Resex do Médio Juruá) e Santo Antônio do Brito (RDS de Uacari). Participaram da despesca um total de 31 comunitários, distribuídos em várias atividades: pescador, monitor, cozinheiro, limpeza do peixe, transportador de peixe, carregador de peixe e gelador de peixe.
Tamanhos, pesos e preços dos peixes – A comunidade Morada Nova recebeu autorização do Ibama-AM para capturar 20 pirarucus, maiores que 1,5 metros de comprimento total. Foram capturados 20 pirarucus, medindo, o maior deles, 2,47 metros, e pesando 126 kg. Os 20 pirarucus pesaram 1.390 quilos, com média de peso de 69,9 quilos.
A produção de tambaqui foi de 1.706 quilos, referentes a 183 unidades, com média de peso de 9,37 quilos. O tambaqui foi comercializado na sede do município de Carauari ao preço de R$ 10, o quilo.
Já o quilo do pirarucu foi comercializado por R$ 5,50, sendo vendido para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que fez o repasse para o Hospital de Carauari, Prefeitura Municipal de Carauari (Escolas Municipais, Assistência Social), Pastoral da Criança e do Menor do mesmo município.
O analista de pesca do Ipaam também realizou orientações técnicas para a equipe da Asproc visando à elaboração dos relatórios técnicos referentes às atividades de Manejo na RDS de Uacari e Resex do Médio Juruá.
Além do Ipaam, outras instituições participam das atividades de Manejo realizadas pela Asproc: Amaru, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Prefeitura Municipal de Carauari, Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc/SDS), CNS, ICMBio, Petrobras, Ibama, Governo Federal.
Estatísticas – A produção de pirarucu nas unidades de conservação do Amazonas representa 74% do sistema de manejo e passou de 60 toneladas, em 2002, para 800 toneladas no ano passado. A atividade envolve 2,1 mil pescadores em quatro Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS). Os dados são do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS).
O manejo é realizado em quatro reservas estaduais: RDS Mamirauá (nos municípios de Uarini, Fonte Boa, Tonantins, Maraã e Japurá), RDS Piagaçu-Purus (Anorí, Beruri e Tapauá), RDS Uacari (Carauari) e RDS Amanã (Maraã, Barcelos, Coari e Codajás).
Em 2011, o manejo de pirarucu foi realizado em 564 ambientes aquáticos (98% em lagos), onde foram contados 53.911 pirarucus com menos de 1,5 metro, popularmente conhecidos como ‘budecos’, e 54.332 pirarucus adultos (maior ou igual a1,5 metros), totalizando 108.243 pirarucus entre jovens e adultos. Desse montante, 11.009 pirarucus adultos foram capturados para comercialização, os demais permaneceram no ambiente aquático para reprodução.
Os dados mostram que o manejo de pirarucu nas quatro unidades de conservação estaduais beneficiou 1.072 famílias de 115 comunidades ribeirinhas. A produção total foi de 592,6 toneladas, a qual foi comercializada com preço médio de R$ 4,89, gerando um faturamento bruto de R$ 2,8 milhões o ano, especificamente no período de setembro a novembro, a ser dividido entre os pescadores.
Os beneficiários do manejo de pirarucu tiveram, cada um, renda média de R$ 1.440. Para os 1.688 pescadores da RDS Mamirauá, a renda média foi de R$ 1.690,65, pelo fato da produção ter sido 85% (9.220 pirarucus) de todo o pescado na reserva.