Peritos afirmam que estrutura da ciclovia estava solta e erro foi ‘primário’

Peritos afirmam que a cilclovia não tinha estrutura

Peritos afirmam que a cilclovia não tinha estrutura
Peritos afirmam que a  estrutura ciclovia   estava solta

Rio – Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) concluíram que houve um erro no projeto da ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Um trecho dela, na Avenida Niemeyer, desabou, matando duas pessoas no último dia 21 de abril. Segundo o laudo da análise do projeto estrutural obtido pelo RJTV, a estrutura estava solta e “sem amarras”. O presidente do instituto diz que o erro foi “primário’ e que houve subdimensionamento da força das ondas.

Segundo peritos, a plataforma estava apenas apoiada sobre os pilares. “Se a plataforma fosse devidamente amarrada, sim, o acidente poderia ter sido evitado. O volume de onda que bateu sofreu um movimento ascendente, encontrando a parte de baixo da ciclovia”, disse Liu Tsun, chefe de engenharia do instituto de criminalística.

“A conclusão é de que deveria ter havido um cálculo estrutural, prevendo uma ação ascendente de uma onda com certo potencial. Houve um certo subdimensionamento. Um erro primário, com certeza”, disse Sérgio William, presidente do ICCE.

Segundo William, quatro peritos trabalharam na preparação do laudo que será concluído entre esta sexta-feira (6) e até segunda-feira da próxima semana . O laudo definitivo será encaminhado para a 15ª DP (Gávea), responsável pela investigação do caso. As informações divulgadas nesta quarta-feira são conclusões preliminares.

Até o momento são 16 volumes do processo. Liu Tsun, chefe de engenharia do instituto, confirmou que também havia falta de parafusos e outros tipos de materiais na construção, mas isso não contribuiu para o acidente.

“Houve uma falha de não se prever desde o início de que uma onda poderia atingir a plataforma, a pista”, disse.

De acordo com ele, nos documentos apresentados havia a previsão de cálculo de ondas sobre o pilar que não foi atingido. Ele disse que esses cálculos previam maré de ondas de 4 metros e impacto de até 65 quilômetros.

Perícia

A perícia criminal observou que o projeto estrutural tem o nome do consórcio Contemat engenharia. Mas a chamada memória de cálculo da passarela e dos pilares da ciclovia foi feita pela empresa Engemolde. A memória de cálculo revela tudo o que os engenheiros levam em consideração para a realização da obra.

Para osespecialistas, o erro foi primário
Para os especialistas, o erro foi primário

A Engemolde já tinha sido citada por um técnico da Geo Rio, órgão da prefeitura que avaliou a obra, em depoimento à polícia. Ela seria a empresa responsável por fornecer pilares e lajes, com exceção da laje do local onde houve o acidente, porque a empresa Premag seria a única especializada em lajes maiores.

Para os técnicos, a descoberta apresentada nesta quarta é um indicativo de que o consórcio  Contemat/Concrejato terceirizou também todos os cálculos da obra, além da construção de vigas e pilares.

O consórcio Contemat/Concrejato diz que está fazendo uma investigação interna, e que o ancoramento não fazia parte do projeto básico que o consórcio recebeu.

Respostas

Em nota, o consórcio Contemat/Concrejato disse que a ancoragem da pista não constava nem no projeto básico nem no edital de licitação fornecidos pela prefeitura.

A prefeitura disse que, em qualquer licitação, o projeto básico é apenas conceitual e serve como referência para o desenvolvimento do projeto executivo, e que este projeto deveria ter sido feito pelo consórcio vencedor da licitação.

A Engemolde declarou que não vai se pronunciar. A Premag não foi encontrada.

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