Perigo e prejuízo na BR-425

Amazonianarede – Diário da Amazônia

Porto Velho – No final do ano passado, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou pesquisa na qual aponta as rodovias de Rondônia como ruim ou de péssimo estado.

A BR-425 por exemplo, foi classificada com a pavimentação em péssimas condições. Meses depois as condições não mudaram, pelo contrário, a rodovia é sinônimo de prejuízo aos que se arriscam em visitar a cidade de Guajará–Mirim ou conhecer a Bolívia. Os dados divulgados ainda analisam a sinalização e geometria como ruim.

De acordo com o gerente de transporte de uma empresa, Romão Sales, a companhia possui aproximadamente 270 veículos, entre caminhões, carretas e bi-trens que abastecem a cidade da Pérola do Mamoré, todos apresentam danos quando voltam do município. “Os prejuízos são os mais diversos, desde a troca de pneus, desgaste das molas, sendo obrigado a trocar sempre que voltam de Guajará-Mirim”, disse o gerente. Ele faz as contas e afirma que os prejuízos para a empresa somam cerca de R$ 7 mil por mês.

Sales ainda relata que para evitar acidentes os motoristas são obrigados à conduzir os veículos pelo acostamento da BR-425. Ele explica que a viagem de Porto Velho a Guajará, que deveria demorar cerca de quatro horas no máximo, não sai por menos de sete horas. “Mesmo com nossos motoristas treinados e experientes a situação é complicada. Além dos prejuízos dos carros, os produtos transportados ainda são afetados pela situação da BR, muitos quebram ou amassam devido os buracos” lamentou.

O taxista Eliandro Rodrigues que realiza de duas a três viagens ao município fronteiriço, por semana, afirma que devido as constantes manutenções que teve que realizar no veículo, em decorrência dos buracos no asfalto, o valor corrida vai sofrer alteração. “Antes a gente cobrava R$ 70, agora vamos aumentar para R$ 80. Se não for assim a gente só acumula prejuízo, sem nenhum lucro. Toda semana sou obrigado a balancear e alinhar o veículo”, disse o trabalhador.

Ainda segundo Eliandro, o trecho do entrocamento que deveria durar uma hora para ser percorrido, dura mais de duas horas. Ele ainda afirma que os prejuízos não são maiores porque possui experiência e conhece bem a BR-425. “Muitas pessoas que vão conhecer Guajará-Mirim ou fazer comprar na Bolívia, mas não conhecem a rodovia e ficam pelo caminho com o veículo quebrado. Só na última viagem que fiz encontrei dez carros parados na estrada”, destacou o taxista.

LICITAÇÃO PARA RECUPERAÇÃO EM ANDAMENTO

O motoristas de uma empresa que abastece cidades ao longo do percurso até Guajará-Mirim, Sérgio Ricardo, afirma que o pior local para dirigir é no trecho sentido da Pérola do Mamoré. “Até o entroncamento a BR-364 está mais ou menos, porém depois que entra na 425 fica insuportável dirigir, tem muito buraco, alguns com 30 centímetro de profundidade”, destaca o motorista.

Ele ainda afirmou que um movimento organizado por moradores da região irá se reunir e fechar a estrada para solicitar melhorias. “Eles ainda estão se organizando, não sei dizer uma data, mas será este mês. A situação é muito complicada, não é raro ter acidentes provocados pelos buracos”, finalizou.

DNIT

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) em Rondônia, responsável pela manutenção das rodovias em Rondônia, afirmou através de nota que as obras da estrada iniciaram em 2011 e não foram concluídas por abandono da empresa contratada. Além da aplicação das sanções previstas na legislação, o Dnit determinou que para a retomada das obras o Projeto fosse totalmente revisado e atualizado, incluindo soluções adequadas para o tráfego da região.

Ainda de acordo com a nota, a licitação foi iniciada pelo DNIT em Brasília e será realizada através do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), onde se busca agilizar à contratação destas obras e, consequentemente, atendimento à demanda daquela região. Porém a Nota não informa quando as obras de recuperação devem iniciar no local. O Diário procurou o superintendente regional do Dnit, André Reitz do Valle, mas foi informado que o mesmo se encontrava em Brasília.

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