Pau caído é fator que valoriza produtos de artesanato da Amazônia

06-11suframaBrasília – Os produtos da Amazônia estão entre os destaques do Sétimo Salão de Artesanato, que começou na quarta-feira (5) no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília (DF).

Cascas e lascas de frutos. Penas, pelos e couros de animais. Folhas, palhas de árvores e sobras de madeiras. Objetos de arte, de ornamentação, joias e enfeites, além de doces e remédios produzidos a partir de matéria-prima oriunda da Amazônia chamam a atenção de quem visita o evento, idealizado para celebrar o espírito artístico e empreendedor dos artesãos brasileiros.

Com apoio da SUFRAMA, sete micros e pequenas empresas da região amazônica estão na capital federal expondo seus produtos e viabilizando potenciais parcerias de negócios em um estande de 35 metros quadrados. Na edição deste ano da feira participam as empresas Amazon Doces, Pronatus do Amazonas, Ômegas da Amazônia, Arecaceae Biojóias, Associart, Amazônia Empório Sustentável e Beleza da Floresta Top.

Grife

Além da qualidade artística dos produtos também conta muito para os consumidores de artesanato a origem da matéria-prima. Por isso, produtos cujos materiais são oriundos da fauna e flora amazônicas possuem um irresistível apelo de venda.

É o que afirma a empresária e artesã, Flor da Silva, 50, da Amazônia Empório Sustentável. “Pode ver: empresas de São Paulo, Rio Grande do Sul, entre outros, sempre fazem questão de dizer que seus produtos têm matéria-prima da Amazônia. Mesmo que não seja bem assim. Isso porque se eles disserem que elas são de lá da terra deles mesmo, eles estão perdidos. Vendem pouco”, salienta Flor.

A empresária também observa que os consumidores de produtos amazônicos são fieis, mas também criteriosos. “Eles querem saber detalhes da procedência, como é feita a coleta do material, se são deixadas sementes. Se você não deixar claro que ajuda na preservação da floresta, eles não compram”, frisa.

Pau caído

Para não perder vendas, a empresária apela para o fator “pau caído”. É o termo que ela utiliza para classificar materiais como sementes de açaí, e palmeiras e palhas amazônicas que não foram derrubadas, mas caíram naturalmente das árvores. A utilização do “pau caído” configuraria numa ação de sustentabilidade e não de desmatamento.

Esta é a segunda vez que Flor da Silva participa da feira de Brasília. A primeira, em 2012, gerou um lucro líquido de R$ 3,3 mil. Para a edição deste ano, ela trouxe 200 colares, 100 brincos e anéis, além de outras 400 peças de artesanato. Entre as principais matérias-primas das biojoias e adereços estão: caroço de tucumã, coco babaçu, escama de pirarucu, fibra de tururi, fibra de tucum, piaçaba e madeiras como itaúba, angelim, muirapiranga, preciosa, paxiúba, entre outras.

Feira

Na edição de 2014, o evento está contando com a participação de 20 Estados brasileiros. Cada estande apresenta o trabalho de artesãos e/ou cooperativas, compondo um amplo painel da diversidade, da qualidade e da sofisticação do artesanato brasileiro.

A partir desta edição, o evento passou a se chamar Salão do Artesanato (até 2013 era Salão Internacional do Artesanato). Segundo os organizadores, a mudança se dá em função da identificação da feira com o fortalecimento do artesanato nacional, sendo a produção brasileira o principal foco.

Outra novidade da edição deste ano é a promoção de shows com revelações do programa The Voice Brasil. Na abertura do evento, ocorreu a apresentação da cantora Ellen Oléria (vencedora da primeira edição do programa). Ainda irão se apresentar Sam Alves e Guto Sant’Anna.

Texto/Foto: Enock Nascimento

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