Pará: tratamento do lixo é problema na RMB

(Foto: Mauro Ângelo/Arquivo Diário)

A contagem é regressiva. A partir de agosto de 2014, o lixão do Aurá não poderá mais receber resíduos sólidos, por exigência de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) proposto pela Promotoria do Ministério Público do Estado para o tratamento dos resíduos sólidos na Região Metropolitana.

O termo envolve as prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba. Mas as soluções parecem ainda longe de serem encontradas, uma delas, as cooperativas que recolhem os resíduos sólidos, têm poucas chances de sobrevida no mercado por falta de gestão. “Elas possuem o local, mas não uma boa política de escoamento”, diz a especialista Renata Quemel, mestre em Logística pela Universidad Nacional del Cuyo, na Argentina.

Os municípios da Região Metropolitana de Belém não estão preparados ainda para o desafio de resolver o problema do destino do lixo que produzem. “Ainda falta um bom gerenciamento dos resíduos”, diz Quemel. Segundo ela, as cooperativas e as secretarias de saneamento municipais não possuem estatísticas concretas a respeito da gestão dos resíduos. Por conta disso, certamente encontrarão dificuldades para se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos. O assunto será debatido a partir do próximo dia 10, em Belém, durante o I Congresso Nacional e Amazônico de Logística Ambiental.

DESTINO ADEQUADO

“A descartabilidade dos produtos é muito grande. O consumo aumentou por causa da competição do mercado e do surgimento de novos produtos com vida útil cada vez menor”, diz a especialista. Segundo ela, não adianta apenas adotar procedimentos de coleta seletiva se não houver um destino adequado. “A ideia é que as coisas descartadas não se tornem lixo e sim novos produtos”. Essa alternativa aponta para os conceitos de logística reversa e ecoeficiência, em que tudo com potencial para reciclagem e reutilização é aproveitado de forma integral. Já os materiais sem as mesmas possibilidades, devem ser incinerados adequadamente. Para isso virar realidade municipal, as prefeituras precisam adotar essa cultura.

O desafio para substituir o lixão é criar centros de tratamento de resíduos em Belém, Ananindeua e Marituba. O lixão do Aurá recebe atualmente quase duas mil toneladas de materiais descartados por dia, produzidos por moradores de toda a Região Metropolitana de Belém. O local já esgotou a capacidade de receber o lixo e preocupa os especialistas, por causa do chorume, líquido gerado pela decomposição do lixo, altamente perigoso ao meio ambiente.

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