Enfermeira citou político como beneficiário em esquema que desviou mais de R$ 112 milhões da Saúde do Amazonas.
Amazonas – O senador Omar Aziz foi citado em delação premiada da enfermeira Jennifer Nayiara Corrêa da Silva, acusada na Operação ‘Maus Caminhos’ de compor uma organização criminosa que desviou mais de R$ 112 milhões da Saúde do Amazonas. Segundo ela, Omar seria beneficiário de propina.
A informação sobre a citação do político foi confirmada pelo procurador da república Alexandre Jabur, após o depoimento de três réus à Justiça Federal, nesta terça-feira (14). A reportagem da Rede Amazônica entrou em contato com a assessoria do senador Omar Aziz, que informou que o político não tem envolvimento no esquema, que está tranquilo e que tudo ficará esclarecido na Justiça.
“Eu não sei precisar, foram muitos os fatos que ela mencinou. Ela mencionou algumas vezes o nome dele, salvo engano como beneficiário em alguma medida de propina. Mas isso precisa ser apurado, isso será apurado. Já existe um inquérito no Supremo Tribunal Federal (SRF) e provavelmente isso vai ser encaminhado para lá”, disse.
Por conta da citação, a juíza determinou que os autos fossem enviados ao Ministério Público, para os encaminhamentos cabíveis. “Pessoas com o foro com prerrogativo de função não são investigadas em primeira instância, então os fatos serão encaminhados aquém de direito”, informou.
Depoimentos
A primeira a ser ouvida pela Justiça Federal foi a enfermeira Jennifer Nayiara Yochabel Rufino Corrêa da Silva, que aceitou participar a delação premiada.
Ela disse que se tornou presidente do Instituto Novos Caminhos porque era ameaçada pelo médico Mouhamed Mustafa, mas que não tinha poder de decisão. Ela confirmou ainda o fornecimento de medicamentos com valores acima e a quantidade inferior que na nota fiscal.
Durante a tarde foi a vez do empresário Alessandro Viriato Pacheco ser ouvido pela Justiça. Ele era sócio de uma das empresas fornecedoras do Instituto, responsável por serviços como limpeza e lavanderia.
Alessandro disse que devolvia 33% do valor que recebia pelos serviços por mês. Ele contou que chegou a entregar para Priscila Coutinho, sócia de Mouhamed Mustafa, a quantia total de cerca de R$ 10 milhões.
A terceira ré foi Priscila Marcolino Coutinho. Ela não respondeu a nenhuma pergunta e se reservou ao direito de permanecer calada.
Ao fim dos depoimentos, Jabur comentou sobre as afirmações feitas pelos réus. “Eu acho que a gente avançou bastante na busca pela verdade. Tanto a colaboradora Jennifer, quanto o Alessandro confirmaram os fatos que nós colocamos na denúncia e isso vem a corroborar a acusação. Então nós entendemos que os fatos que foram apurados trouxeram mais robustez para nossa tese de acusação”, completou.
O depoimento do médico Mouhamed Mustafa, apontado como chefe do esquema, foi adiado para a sexta-feira (17), após problemas na escolta policial dele para o Fórum Ministro Henoch Reis, em Manaus.
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