Olho nos Gazeteiros

Osny Araújo
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Osny Araújo

Osny Araújo*

Os políticos, aqueles que infelizmente não levam a política a sério e que uma grande maioria está na busca da reeleição, são craques em produzir belos discursos repletos de promessas utópicas e muitas falácias na esperança de conquistar votos, o que na maioria das vezes ocorre.

É bom que se diga que promessa de candidato de vereador, deputado estadual, federal ou senador, não devem ser levadas a sério. Eles não são gestores e como tal, não podem realizar obras materiais, o que podem e devem fazer é reivindicar e não prometer realizar. Para que as promessas possam ser materializadas, dependerão sempre dos executivo, ou seja, prefeitos, governadores ou presidente.

Por isso, muito cuidado com essas promessas mirabolantes, que eles não poderão materializar sem as bênçãos dos gestores. O que realizar de verdade são, apresentar indicações e requerimentos, elaborar projetos de leis, participar das votações nas casas legislativas, fiscalizar as ações dos executivos, alem da responsabilidade de aprovar ou não as prestações de contas dos gestores maiores, além da apreciação de vetos e não prometer construir pontes, hospitais, escolas etc, pois não se enquadram nas funções de um parlamentar, seja de qual escalão For.

Os discursos em tempo de campanha são moralistas, onde demonstram preocupações com a coisa pública e com a sociedade de um modo geral. O diabo é tudo não passa de falácia e na prática nada acontece e os eleitores, especialmente os menos esclarecidos e mais sofridos, ainda continuam a acreditar nessas histórias da Carochinha e repetem os erros das passadas eleições, elegendo ou reelegendo candidatos sem o menor compromisso com a cidade, Estado e o país.

A prova dessa falta de comprometimento da maioria dos políticos, está na cara de todos. Recentemente, na última quinta-feira, pode ser visto a olhos nus na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado, com o plenário quase as moscas, cheio de cadeiras vazias, de acordo com ampla matéria publicada na edição do dia 8 deste mês do jornal A Crítica.

Na reunião, dentro do horário regimental para a abertura das sessões, às 9 horas, apenas quatro deputados se faziam presentes e em respeito a esses quatro baluartes, vou nominá-los: José Ricardo (PT), Luiz Castro (PPS), Ricardo Nicolau (PSD) e Orlando Cidade (PTN), os demais tomaram doril e sumiram.

Com o início oficial da campanha política para as eleições de outubro, os “nobres deputados” estão trocando o Plenário “Ruy Araújo”, pelas caminhadas nos bairros periféricos da capital ou em viagens pelo interior em acirradas campanhas eleitorais e os interesses da sociedade e do Estado, como a votações de projetos, indicações, requerimentos ou qualquer coisa que dependa de aprovação do Parlamento em plenário, ficam em segundo plano por falta de quorum para votação e com isso, a sociedade é prejudicada. Enquanto isso, os parlamentes continuam com as caminhadas pelos bairros periféricos da capital ou viagens pelo interior do Estado em acirradas campanhas eleitorais.

O fato não ocorre apenas nas Assembleias Legislativas dos Estados, mas nas Câmaras Municipais e principalmente no Congresso Nacional. Se deslocarmos o verbo gazetar, tão conjugado e praticado pelos estudantes quando resolvem faltar à aula para ir cinema, jogar bola ou fizer outra coisa na hora do colégio, o mesmo pode ser aplicado aos políticos que na hora das reuniões deixam os seus locais de trabalho para fazer campanha política e isso pode sim, ser considerada uma gazeta que seria faltar à escola ou ao trabalho sem justificativas. Mas o fato ganha a aparência de legal, considerando que os parlamentares criam um tal de “recesso branco” e com isso são liberados do trabalho

Mas é bom que os “gazeteiros” comecem a entender que a sociedade está de olho em tudo e na hora de decidir o essas gazetas as sessões plenárias poderão se transformar num certeiro tiro no pé e a, a sonhada reeleição poderá ir para o brejo. Pensem nisso e pensem também, que o eleitor está de olho nos gazeteiros.

Osny Araújo é jornalista e analista política.
E-mail:

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