O cético e o crente

Francisco Carvalho*

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao segundo:

– Você acredita na vida após o nascimento?

– Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

– Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?

– Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

– Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: a vida após o nascimento está excluída – o cordão umbilical é muito curto.

– Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

– Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

– Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
– Mamãe? Você acredita em mamãe? E onde ela supostamente está?

– Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

– Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.

– Bem, mas às vezes, quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou a sente, quando ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso então que a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela.”

(Autor Desconhecido)

O texto acima nos faz refletir sobre alguns posicionamentos que temos como certos e outros que insistimos em não encarar, não levar a sério – há vida após a morte? Qual o nosso real propósito aqui? Afinal são muitas questões e nenhuma certeza.

O que fazer então neste momento em que renovamos as esperanças no ano que se inicia? Não seria o caso de nos renovarmos, jogando fora hábitos ruins e manias inúteis, praticarmos boas ações até para nós mesmos, como por exemplo, ser mais positivo (otimista) no dia a dia, acreditar que podemos ser melhores, e desejarmos o melhor para os outros.

Quem sabe assim não tenhamos que esperar passar desta para melhor para sabermos se tem mais luz, mais alegria, mais companheirismo… quem sabe renasceremos nesta mesma vida que para a nossa surpresa seja tão melhor que igualmente ocorre com os bebês, não tenhamos lembranças de quando estávamos no ventre materno.

Ainda é tempo de desejar a todos feliz Ano Novo, feliz vida nova!!!

*Francisco Carvalho é servidor público federal de carreira, no INCRA-AM

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