Nas mãos da iniciativa privada, metrôs e aeroportos atraem franquias e grifes

Aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília irão criar cerca de 150 pontos comerciais.

Para o consumidor, as lojas de aeroportos são sinônimo de preços altos. Para as empresas, também, mas o faturamento, que chega a ser até dez vezes maior do que o de uma loja nos shoppings do Brasil, compensa. Isso porque houve um aumento do número de passageiros nos últimos anos. Como consequência, o consumo também cresceu.

Diante deste cenário, aproveitando a forte expansão das redes de franquias e em busca de ‘turbinar’ receitas para fazer frente a exigências de pesados investimentos, os consórcios que ganharam as licitações do Aeroporto Internacional de Brasília (o JK) e Guarulhos (SP); e o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), querem transformar os locais em novos shoppings centers. Para isso, darão atenção ao mix de produtos, ao padrão das lojas e a quantidades de pontos.

Somente nos três aeroportos entregues à consórcios, serão mais 150 novos pontos, a maioria do segmento de alimentação, mas há espaço para produtos e serviços. Após seis meses do início da concessão do Aeroporto de Guarulhos, o maior do País, já foram inauguradas 12 lojas;11 delas são recém-chegadas.

O metrô, que nas palavras de Marcos Hirai, sócio da consultoria imobiliária BG&H, tem potencial para se tornar um “templo de conveniência”, acompanha a tendência. A Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, administrada pela ViaQuatro, do grupo CCR, já oferece aos consumidores máquinas da Cacau Show, e quiosques da Havaianas e da Cup Noodles, marca da Nissin.

De acordo com o consórcio, há previsão de expansão da comercialização de espaço para as cinco estações da segunda fase da linha.Hoje, já são 27 lojas e quiosques e 50 vending machines nas seis estações administradas. Cerca de 650 mil usuários trafegam nos dias úteis pela Linha, segundo a ViaQuatro.

Em comum, os pontos reúnem potencial de consumidores e permitem às redes de franquias e marcas expandirem em um momento de consumo aquecido no País. As vendas no varejo aumentaram cerca de 8% no ano passado no País, bem acima do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Para Hirai, as concessões e o fim do modelo de licitações facilita a criação de novos pontos nos modais. “Eles eram um entrave para quem queria entrar neste ambiente porque muitas vezes a lista de exigências era tão complexa que desestimulava, especialmente as fiscais. Grandes empresas não podiam ter nenhum tipo de débito”.

De uma lógica imobiliária, passou a existir uma lógica de shopping center. “Agora, não basta pagar mais. É preciso ter uma boa operação e produto de qualidade, o que já é praticado há bastante tempo em outros países. Senão, troca-se o lojista”.

(iG) 

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