Na formação do segundo governo, Dilma deve fortalecer a relação com Congresso

28-10dilmaBrasília – Aliados importantes na campanha de reeleição, como Jaques Wagner, assumirão ministérios estratégicos, a exemplo da Fazenda, da Casa Civil e da Secretaria-Geral.

A vitória por uma margem apertada — 3,45 milhões de votos em um universo de 142,8 milhões de eleitores — e as dificuldades enfrentadas na relação com o Congresso ao longo dos quatros anos do primeiro mandato mostraram à presidente Dilma Rousseff (PT) a importância de ter nomes de peso na equipe da Esplanada para que o governo não trave. Por isso, o xadrez ministerial que começa a ser desenhado um dia após a reeleição de Dilma deixa para o segundo plano os perfis mais técnicos por opções mais habilidosas politicamente no trato com o Legislativo.

Interlocutores da presidente afirmaram que ela aprendeu a lição este ano, especialmente quando o PMDB da Câmara — que promete dar ainda mais dor de cabeça à presidente ao longo dos próximos quatro anos (leia mais na página 3) — criou o blocão e infernizou a vida palaciana. Com a CPI mista da Petrobras batendo às portas do Planalto, Dilma levou Aloizio Mercadante para a Casa Civil e Ricardo Berzoini para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A dupla conseguiu apagar alguns incêndios, mas as eleições e a sucessão de denúncias de corrupção na maior empresa do país mantiveram acesas a fogueira na qual a administração Dilma ardeu ao longo dos últimos meses.

O núcleo palaciano do futuro governo seguirá a tendência de investir em perfis de longa trajetória política. Jaques Wagner (PT), por exemplo, será um dos ministros mais fortes no próximo mandato. Ontem à noite, o governador da Bahia estava no Palácio da Alvorada ao lado da presidente para acompanhar as primeiras entrevistas de Dilma às emissoras de televisão. Caso Mercadante substitua Guido Mantega na Fazenda, Wagner assumirá a Casa Civil.

Se Mercadante permanecer no Planalto, o petista baiano será nomeado para a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelo trato com o Congresso e pela condução das articulações para a reforma política. Wagner foi articulador político de Luiz Inácio Lula da Silva no momento mais crítico da administração do petista: a crise do mensalão, em 2005.

Fonte: Correio Web

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