
São Paulo – O Ministério Público do Estado de São Paulo, denunciou nesta quarta, 9, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por crimes ligados à compra do apartamento triplex no edifício Solaris, no Guarujá.
A denúncia, assinada pelos promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo, pede que Lula seja processado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Além de Lula, são denunciadas mais 15 pessoas, entre elas a ex-primeira-dama Marisa Letícia, um dos filhos do casal, Fábio Luis, o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que foi presidente da Bancoop, a cooperativa dos bancários. Lula nega ser dono do imóvel, enquanto o Ministério Público sustenta que ele era o proprietário e recebeu favores da empreiteira OAS. Desistiu da compra do apartamento em 2015, quando a Operação Lava Jatodescortinou a atuação das empreiteiras no esquema de desvio de recursos da Petrobras..
O edifício Solaris começou a ser construído pela Bancoop, cooperativa do sindicato dos bancários, e terminou nas mãos da OAS. Durante anos, a família de Lula figurou como proprietária do triplex.
OAS bancou
A OAS bancou não só a reforma, pedida pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, como comprou móveis, eletrodomésticos e equipou a cozinha. Dona Marisa, Lula e Fábio Luiz visitaram o imóvel algumas vezes e fizeram até uma vistoria, típica de proprietários anes da entrega das chaves. Existem imagens das visitas, nas quais estiveram acompanhados até de Leo Pinheiro, que passou uma temporada preso em Curitiba pela Lava Jato.
Lula afirma que, na verdade, nunca foi dono do imóvel, mas de uma cota que o permitiria comprar o apartamento. A reforma, no entanto, confronta sua versão. O promotor Conserino convocou Lula e dona Marisa para depor no mês passado, mas uma ação proposta pelo deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo, ao conselho do Ministério Público suspendeu o depoimento temporariamente.
Dirimida a questão, Conserino foi liberado para chamar Lula. Mas o ex-presidente obteve um habeas corpus para evitar ser obrigado a comparecer para esclarecer a questão do triplex. Conserino, então, desistiu de convocar Lula e apresentou a denúncia.
O caso foi distribuído para a 4ª Vara Criminal, que decidirá que aceita ou não a denúncia. Por meio de nota, o Instituto Lula afirma que “o ex-presidente Lula não é proprietário nem de triplex no Guarujá nem de sítio em Atibaia, e não cometeu nenhuma ilegalidade.
Ele apresentou sua defesa e documentos que provam isso ao promotor Cássio Conserino.” O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse, também por meio de nota, que a apuração do Ministério Público paulista “não foi isenta”.
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