Informação foi divulgada pelo Ministério da Justiça; desde o fim de semana, 55 presos foram encontrados mortos no estado. Intervenção penitenciária ficará no AM por 90 dias.
Brasilia – O Ministério da Justiça informou nesta quarta-feira (29) que o ministro Sérgio Moro determinou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar as mortes nesta semana no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no Amazonas.
Desde o último fim de semana, 55 presos foram encontrados mortos em presídios de Manaus. As primeiras 15 mortes, no domingo (26) foram registradas após um confronto entre os presos no Compaj. Na segunda-feira (27), mais 40 presos foram encontrados em outras unidades.
Diante desse cenário, o governo federal anunciou o envio da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária ao complexo. Os integrantes da força-tarefa permanecerão no local pelos próximos 90 dias.
Na área externa do Compaj, informou o Ministério da Justiça, já atua a Força Nacional de Segurança Pública.
Há cerca de dois anos e meio, em janeiro de 2017, 56 mortes foram registradas no Complexo Anísio Jobim.
Rebelião
Na ocasião, a rebelião no Compaj e em outros presídios desencadeou uma crise na segurança pública do país, levando o governo federal a lançar o Plano Nacional de Segurança Pública, cujas metas previam, por exemplo, a construção de presídios federais.
Relatório já apontava risco de mortes em presídios quatro dias antes dos massacres no AM
Relatório já apontava risco de mortes em presídios quatro dias antes dos massacres no AM
Íntegra da Nota do MJ
Ministro requer instauração de inquérito para investigar mortes em presídio de Manaus
Polícia Federal vai apurar assassinatos de presos e as circunstâncias em que ocorreram, sem prejuízo das investigações da polícia amazonense
O ministro Sergio Moro solicitou nesta quarta-feira (29) que a Polícia Federal instaure inquérito para investigar as 55 mortes ocorridas no último final de semana no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
De acordo com o pedido, os crimes ocorridos no Compaj representam grave violação de direitos humanos. Além disso, há interesse da União na repressão de organizações criminosas com atuação em mais de um Estado da federação, bem como na repressão ao tráfico internacional de drogas.
Há indícios de que a organização criminosa conhecida como Família do Norte (FDN), que tem ramificações em outros estados, tenha ordenado os assassinatos no presídio em Manaus.
De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, nove detentos do Compaj já foram transferidos para o presídio federal do Distrito Federal. A previsão é que, para esta quinta-feira (30), mais 17 membros sejam transferidos para os complexos do Sistema Penitenciário Federal, totalizando, 26 presos.
Os integrantes de organizações criminosas foram identificados pela área de inteligência do Depen em conjunto com as forças de segurança locais.
Até as 19h desta quarta-feira, o Depen ainda aguardava a ordem judicial da Justiça do Amazonas autorizando as transferências. Após esse deferimento, os pedidos serão submetidos aos juízes responsáveis pela execução penal dos presídios federais.
Amazonianarede-Sistema Globo