Moradores do Tupé concluem programa de capacitação para atendimento aos visitantes

04-11maA Prefeitura de Manaus conclui, nos próximos dias, o Programa de Qualificação do Segmento Turístico da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Tupé.

O último curso, de “Monitor Ambiental”, começou nesta terça-feira, 4, e segue até quarta-feira, 5. A entrega dos certificados para mais de 120 moradores das seis comunidades que formam a RDS será nesta quinta-feira, 6, das 10h às 12h, no Centro Administrativo de Desenvolvimento Sustentável (CADS), na comunidade São João do Tupé.

O Programa é desenvolvido através de uma parceria entre a Escola de Serviço Público Municipal (ESPI), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Gestão (Semad), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) e a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

No total, o Programa executou cinco ações para os permissionários: “Formatação de Roteiro Turístico”, “Apreendendo a Empreender”, “Manipulação de Alimentos e Bebidas”, “Elaboração e Apresentação de Cardápios” e, por último, ainda em curso, “Monitor Ambiental”. Segundo a diretora geral da ESPI, Luiza Bessa Rebelo, a iniciativa desenvolvida no Tupé tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento das potencialidades turísticas da RDS, qualificando a população ribeirinha e as tradicionais comunidades existentes no local. “Com os cursos, mostramos para os moradores que é possível melhorar o atendimento ao visitante e tornar o turismo uma fonte de renda. Agora, além da hospitalidade, que já é conhecida, teremos também profissionais prontos para atender à demanda, que deve aumentar”, explica Luiza.

Para a coordenadora pedagógica do Programa pela ESPI, Isabel Olmos, a principal meta a ser atingida é mostrar para os visitantes que, além dos grandes hotéis de nome e referência internacional, a Amazônia também oferece locais encantadores como o Tupé. “Nosso papel é capacitar a comunidade, para que com a realidade que a cerca seja possível fazer bonito para os turistas”. Ao todo, a RDS do Tupé possui seis comunidades (São João do Tupé, Julião, Livramento, Colônia Central, Agrovila e Tatu) e em todas há um fluxo de visitantes, a depender da vazante.

O programa foi iniciado na RDS no mês de maio deste ano e, segundo a secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt, um dos reflexos mais importantes da implantação do Programa na RDS foi o fortalecimento do turismo de base comunitária, que é uma atividade desenvolvida por uma parcela significativa de moradores da Reserva e que tem um caráter sustentável. “A iniciativa fez parte do planejamento das ações de preparação da cidade de Manaus para a Copa do Mundo 2014 e agora fica como um legado, que permitirá o fomento à atividade turística sustentável para a região do Baixo Rio Negro”, afirmou. O turismo de base comunitária tem na conservação da reserva sua base de sustentação.

O diretor de Áreas Protegidas da Semmas, Sinomar Fonseca, destaca o aspecto inovador da capacitação dos comunitários. Segundo ele, este foi um trabalho necessário e de extrema compensação para os moradores da RDS, uma vez que, de forma inovadora, possibilitou a capacitação para grupos diferenciados de trabalhadores do segmento turístico e ao mesmo tempo aprimorou a recepção nas comunidades da reserva. A chefe da Divisão de Áreas Protegidas da Semmas, Socorro Monteiro, destaca que os cursos contaram com participantes de todas as comunidades do Tupé e entorno. “É importante destacar o cuidado que os três órgãos tiveram com a condução do trabalho. Pela primeira vez, uma ação é desenvolvida em parceria, entre três órgãos distintos, cada um trabalhando na sua área, com a preocupação de adaptar o conteúdo abordado a partir da realidade dos ribeirinhos, além de realizar visitas prévias com todos os instrutores dos cursos para que conhecessem a reserva”, afirmou Socorro.

Segundo o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, a cidade só pode ser boa para os turistas quando é boa para os cidadãos que nela vivem. “A Manauscult vem trabalhando de forma intensa nas ações de políticas turísticas para deixar a capital cada vez mais preparada. E isso é um trabalho que também envolve diversos órgãos municipais. Os cursos de capacitação fazem parte da estratégia ao segmento e são importantes uma vez que dá oportunidade aos permissionários de oferecer serviços de qualidade aos visitantes”, declarou.

Monitor Ambiental

De acordo com o instrutor do curso Monitor Ambiental, Ronisley Martins, especialista em turismo de desenvolvimento local, a capacitação vai trabalhar a parte de fundamentação da técnica de condução de grupo, interpretação ambiental, noções de planejamento e manejo de trilhas. “Esse trabalho vai preparar o morador para aperfeiçoar as noções de qualidade e convivência com o meio ambiente. E o mais importante, ele vai ter o domínio da paisagem que vai ser desbravada pelos turistas”, afirma.

Foto: Hariele Quara

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